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Hell's Angels: 89 arguidos sabem esta quinta-feira se vão a julgamento

08 de outubro de 2020 às 08:47

Ministério Público pediu a ida a julgamento de todos os arguidos, sustentando que todos praticaram os crimes que constam na acusação.

Os 89 arguidos do processo Hell´s Angels, acusados de crimes graves, incluindo associação criminosa, ficam hoje a saber se vão ou não a julgamento, quando o juiz Carlos Alexandre enviar às partes a decisão instrutória do caso.

Uma fonte ligada à defesa disse à agência Lusa que o despacho do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), Carlos Alexandre, será enviado durante o dia de hoje, quer aos advogados dos arguidos, quer aos assistentes do processo.

Nas alegações do debate instrutório, ocorrido em 20 de julho, o Ministério Público (MP) pediu a ida a julgamento de todos os arguidos, sustentando que todos praticaram os crimes que constam na acusação, que teve como meios de prova escutas telefónicas, documentos apreendidos ao grupo motard e o depoimento de testemunhas e arguidos.

O MP deu como provado, entre outros factos, o ataque perpetrado pelos arguidos e membros do grupo Hell's Angels no restaurante "Mesa do Prior", no Prior Velho, bem como a perseguição movida por estes a Mário Machado, líder do movimento de extrema-direita Nova Ordem Social e que pertencia a um grupo motard rival.

O procurador deu ainda como provados os outros crimes constantes da acusação, incluindo extorsão e posse de arma proibida, designadamente soqueiras, mocas e bastões extensíveis.

A acusação do MP considera aqueles membros do grupo motard Hell's Angels elaboraram um plano para aniquilar um grupo rival, em março de 2018, com recurso à força física e a várias armas para lhes causar graves ferimentos, "se necessário até a morte".

Após as alegações do MP, o advogado José Castro, mandatário de Mário Machado (assistente no processo), subscreveu na globalidade a tese do procurador e a ida dos arguidos a julgamento, nomeadamente por associação criminosa e outros crimes graves contra a integridade física.

Na altura, à saída do TCIC, alguns advogados de defesa contestaram a acusação do MP, sobretudo a imputação do crime de associação criminosa, e apontaram diversas nulidades do processo, que poderão vir a dar azo a recursos.

Os arguidos estão acusados de crimes como associação criminosa, tentativa de homicídio qualificado agravado pelo uso de arma, ofensa à integridade física, extorsão, roubo, tráfico de droga e posse de armas e munições, entre outros ilícitos.

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