Federação de Tauromaquia nega que actividade receba subsídios públicos
A Prótoiro considerou que as acusações da associação Animal são "falsas e demagógicas" e pretendem criar "uma percepção negativa" da actividade
A Federação Portuguesa de Tauromaquia (Prótoiro) negou hoje que a tauromaquia receba subsídios públicos, considerando que as acusações da associação Animal são "falsas e demagógicas" e pretendem criar "uma percepção negativa" da actividade.
"A Federação Portuguesa de Tauromaquia nega que a tauromaquia receba subsídios públicos e condena a tentativa de manipulação da associação Animal. As acusações falsas e demagógicas difundidas pretendem criar uma percepção negativa da tauromaquia como uma actividade que consome os recursos do país que são necessários para outras áreas", refere a Prótoiro, em comunicado.
A reacção da Prótoiro surge após a associação Animal ter lançado, na quarta-feira, uma campanha contra as touradas, que tem como objectivo expor o dinheiro do erário público que subsidia a tauromaquia e consiste na apresentação, no parlamento, de uma iniciativa legislativa de cidadãos para pedir o fim da atribuição de subsídios públicos à actividade tauromáquica, que atingem os milhões de euros desde 2009.
Durante a campanha, vão ser divulgados publicamente, através do site www.enterrartouradas.org, as verbas gastas por juntas de freguesia e câmaras municipais à realização de actividades tauromáquicas, além de outros apoios públicos indirectos, como da União Europeia.
Segundo a Animal, entre 2009 e 2017 já foram atribuídos pelas autarquias apoios públicos de milhões de euros para esta actividade.
A associação avança que, por exemplo, nos Açores, entre 2004 e 2010, foram gastos 2,6 milhões de euros.
A Federação Portuguesa de Tauromaquia alega que esta actividade é tutelada pelo Ministério da Cultura e não recebe qualquer subsídio deste Ministério, ao invés das restantes áreas tuteladas, como o cinema ou o teatro, além de também não existirem apoios europeus destinados à tauromaquia.
Quanto aos apoios municipais, a Prótoiro sublinha que estão enquadrados "no âmbito da autonomia dos municípios e das políticas de fomento cultural e económico dos mesmos, além de legítimos e exigidos pelas populações".
"Em muitas localidades e regiões de Portugal a actividade taurina é um forte motor económico, cultural e social. Os apoios municipais a esta actividade seguem a lógica de promoção das actividades económicas e culturais locais", refere a federação, adiantando que a tauromaquia "gera um elevado retorno económico para os municípios e a economia local, ao movimentar milhares de pessoas nos eventos, além de ser um fixador de população e de emprego muitas vezes em zonas economicamente deprimidas".
A Prótoiro sustenta também que, anualmente, a tauromaquia contribui com mais de um milhão de euros para causas sociais.
A Federação Portuguesa de Tauromaquia refere ainda que a autonomia municipal não pode ser limitada e a Assembleia da República não pode permitir a criação de "leis discriminatórias dos cidadãos ou de áreas culturais".
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