E-toupeira: Fernando Gomes dispensado de ser ouvido na instrução
A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes e Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção activa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.
Os advogados da SAD do Benfica abdicaram de ouvir o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, na instrução do processo e-toupeira, disse esta quinta-feira à Lusa fonte do clube.
De acordo com a mesma fonte, os advogados da sociedade encarnada entenderam que a matéria já estava esclarecida, do ponto de vista da inquirição, justificando a dispensa de Gomes, cujo testemunho estava previsto para terça-feira e foi adiado para que pudesse acompanhar o Portugal-Polónia, da Liga das Nações.
A fase de instrução do processo e-toupeira, requerida pelos quatro arguidos, incluindo a Benfica SAD, começou em 14 de Novembro, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.
A instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue para julgamento, decorreu à porta fechada, e tem o debate instrutório marcado para segunda-feira, às 14:00, numa sessão pública, tal como será a leitura da decisão da instrução, ainda sem data marcada.
No Requerimento de Abertura de Instrução (RAI), a SAD do Benfica defende que a acusação do Ministério Público (MP) é infundada e que terá de cair nesta fase.
O RAI assenta em três pontos essenciais, entre os quais o desconhecimento dos factos imputados ao seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e restantes dois arguidos, ambos funcionários judiciais.
A sociedade que gere o futebol profissional encarnado aponta ainda a ausência de elementos probatórios que a liguem aos actos descritos na acusação e a omissão de narração de factos concretos na acusação que permitam imputar-lhe a prática de qualquer crime.
A acusação do MP considera que o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, teve conhecimento e autorizou a entrega de benefícios aos dois funcionários judiciais, por parte de Paulo Gonçalves, a troco de informações sobre processos em segredo de justiça, envolvendo o Benfica, mas também clubes rivais.
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