Dois casos de abusos sexuais denunciados aos jesuítas em três meses
O Serviço de Escuta da Província Portuguesa da Companhia de Jesus revelou que até ao momento recebeu duas denúncias ligadas a jesuítas já falecidos.
O Serviço de Escuta da Província Portuguesa da Companhia de Jesus revelou, esta terça-feira, que já recebeu duas denúncias de abusos de menores, envolvendo dois jesuítas já falecidos. Criado em novembro, no âmbito do Sistema de Proteção e Cuidado de Menores e Adultos Vulneráveis, este serviço dos jesuítas faz agora três meses e tem como objetivo apoiar pessoas que tenham sido vítimas de abusos sexuais nas instituições da Companhia de Jesus.
"As situações relatadas remontam aos anos 50 e 80 e referem-se a toques em zonas íntimas", escreveu a Companhia de Jesusnuma publicação no seu site. O Serviço de Escuta explicou que as vítimas queriam dar a conhecer a situação vivida e foram acolhidas e escutadas. A coordenadora desta iniciativa, Sofia Marques, agradeceu os contactos e a confiança das vítimas de abusos sexuais nas organizações ligadas aos jesuítas.
Existiram também contactos de outras vítimas de abusos, que aconteceram noutras instituições e cujas denúncias foram encaminhadas para as autoridades competentes.
A Companhia de Jesus lamentou o impacto e o sofrimento que estas situações causaram às vítimas e "reza para que possam agora encontrar paz e serenidade."
Este Serviço está preparado para receber e tratar denúncias através dos contactos escutar@jesuitas.pt ou 217543085 (entre as 9h30 e as 18h).
O comunicado relembra que, a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa, foi também criada a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica. O serviço pretende recolher testemunhos de pessoas que tenham sido vítimas de abusos sexuais, para traçar um retrato do fenómeno na Igreja em Portugal.
Coordenada por Pedro Strecht, médico de psiquiatria da infância e adolescência, a Comissão foi apresentada no dia 2 de dezembro. No dia 10 de fevereiro, a Comissão Independente revelou que durante o primeiro mês, recebeu 214 queixas, através de inquéritos, emails e entrevistas.
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