Criada nova associação de táxis "para dar voz a motoristas e empresários"
O objetivo é "dar voz a motoristas e empresários" do setor, afirma um dos fundadores da APM-Mobi Associação Portuguesa para a Mobilidade.
A modernização do setor dotáxie a melhoria das condições de trabalho para motoristas e passageiros são alguns dos objetivos da nova associação representativa dos taxistas, que foi lançada na terça-feira, disse hoje um dos fundadores.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Pinto, um dos fundadores da APM-Mobi Associação Portuguesa para a Mobilidade e diretor-geral da plataforma mytáxi Portugal, explicou que o objetivo é "dar voz a motoristas e empresários" do setor.
De acordo com Pedro Pinto, a APMobi tem por base um grupo de motoristas de táxis que, perante o atual contexto da mobilidade moderna, com uma concorrência cada vez mais forte e inovadora, e regras que diferem de setor para setor, decidiu criar a associação para fazer a diferença.
"Esta associação surge daquilo que tem sido o relacionamento da mytáxi com os seus parceiros: motoristas e empresários, de quem repetidamente fomos ouvindo opiniões que nos diziam que os devíamos representar (...)", disse.
Pedro Pinto contou que, ao longo dos últimos anos, das discussões que existiram, as greves e os contactos feitos com as duas associações (Federação Portuguesa do Táxi eANTRAL- Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros), percebeu-se que "havia pouca vontade de mudar e que a intenção era manter o status quo".
"As associações do setor têm a opinião delas, que respeitamos e cujo trabalho ao longo dos anos também valorizamos. Contudo, nos últimos dois anos, não houve vontade de ajudar o setor, nem convergência entre as duas associações, que têm posições contrárias muitas vezes", sublinhou.
Pedro Pinto realçou que a mytáxi tentou fazer a ponte muitas vezes, mas "não foi bem-sucedida".
"Os motoristas continuavam a dar-nos ofeedbackde que não estavam satisfeitos. Foi então que surgiu um movimento, uma petição que pretendia angariar, pelo menos, quatro mil assinaturas para levar vários temas à discussão ao parlamento, mas a petição não ganhou atração suficiente [atualmente está com 1.216 assinaturas]", explicou.
O diretor-geral da mytáxi e um dos fundadores da APMobi reconheceu que "é difícil reunir consensos".
"Há uma série de medos por parte de alguns motoristas. A bem da verdade, os proprietários das licenças também são os patrões dos motoristas", salientou.
Para dar voz a motoristas e também a empresários, surgiu a associação, com representatividade em Lisboa, Porto e Algarve, com três elementos fundadores mais a mytáxi, que também participa.
"Ainda é cedo para adiantar com um número de membros. Temos um universo de 1.500 motoristas de norte a sul, com certeza alguns vão aderir", disse.
Sobre o futuro, Pedro Pinto indicou que "há muito a fazer", lembrando que o setor do táxi está consecutivamente a perder terreno de forma substancial face à concorrência porque não há equidade na regulamentação do setor e das plataformas que concorrem com ele.
"Trinta mil postos de trabalho estarão em risco se nada for feito", alertou.
Edições do Dia
Boas leituras!