Secções
Entrar

Covid-19: Costa pede fim do "impasse" com o setor da restauração

02 de dezembro de 2020 às 10:15

O primeiro-ministro pediu para que seja "ultrapassado o impasse criado" e recusou a tese de que protesto da restauração resulte da ausência de diálogo por parte do seu executivo.

O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo continua a dialogar com representantes dos setores da restauração e animação noturna, salientou medidas de apoio em curso e pediu o fim do "impasse" com empresários em greve de fome.

António Costa falava à agência Lusa e à RTP no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, momentos antes de se reunir por videoconferência com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por videoconferência.

Questionado sobre o grupo de empresários da restauração e da animação noturna que se encontra em greve de fome em frente à Assembleia da República, exigindo ser recebidos pelo primeiro-ministro ou pelo ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, António Costa pediu para que seja "ultrapassado o impasse criado" e recusou a tese de que este protesto resulta da ausência de diálogo por parte do seu executivo.

"Isso não corresponde à realidade, porque ainda no passado dia 18 houve uma reunião em que esteve o senhor José Gouveia", que é um dos principais representantes do chamado setor da noite - "e outra reunião já tinha acontecido em julho", reagiu.

António Costa contestou também que estes setores não estejam a ser alvo de medidas de medidas de apoio por parte do seu Governo, dizendo que esses auxílios "totalizam já 1100 milhões de euros, metade dos quais a fundo perdido".

Com o novo programa "Apoiar", de acordo com o primeiro-ministro, o Governo já recebeu 26 mil candidaturas, com os auxílios financeiros a atingirem os 750 milhões de euros a fundo perdido.

"Ouço o senhor José Gouveia dizer que quer isenção de TSU (Taxa Social Única), mas o setor da animação noturna, que não pode trabalhar por força da lei, tem a possibilidade de se manter ao abrigo do regime de lay-off simplificado - e nesse caso tem isenção total de TSU. Por outro lado, o Governo está a dialogar e continua a dialogar", defendeu.

Neste contexto, o líder do executivo referiu então que o ministro da Economia vai reunir-se hoje mesmo com as confederações representativas destes setores e os secretários de Estado do Comércio e do Turismo enviaram na terça-feira um e-mail a José Gouveia a manifestar disponibilidade para o diálogo na próxima quinta-feira".

Ou seja, para António Costa, o Governo tem as portas abertas ao diálogo e está a fazer um esforço para apoiar a realidade da economia.

No entanto, em relação às reivindicações que têm sido feitas por estes empresários, o primeiro-ministro traçou duas "linhas vermelhas": Uma no plano da saúde pública no combate à covid-19, outra ao nível das condições para a concessão de apoios por parte do Estado.

"Quando nos pedem o fim das restrições, respondemos que não podemos colocar em causa a saúde das pessoas. E quando nos dizem que esses apoios devem ser concedidos independentemente de estarem regularizadas situações perante o fisco e a Segurança Social, isso obviamente não é aceitável, porque o esforço de solidariedade deve ser de todos para com todos", frisou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela