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Consumidores não fazem o necessário para não desperdiçar água

08 de maio de 2018 às 10:46

Há "dissonância entre as atitudes e os comportamentos" em relação à água. A maior parte dos inquiridos percebe que é escassa mas dá-lhe um "carácter 'inesgotável'", indica investigação.

Os cidadãos sabem na teoria que a água é um bem que não dura sempre mas pouco fazem para gastar menos, apesar de conscientes do risco ecológico associado ao desperdício, segundo um estudo da Águas de Portugal hoje divulgado.

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Foto: Getty Images
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Há "dissonância entre as atitudes e os comportamentos" em relação à água, que a maior parte dos inquiridos percebe como escassa mas que continua a sair das torneiras em casa e lhe dá um "carácter 'inesgotável'", segundo a investigação.

Dos inquiridos, 83,3 por cento sabe que o planeta Terra não terá sempre água abundante e 76,1% recusa a ideia de que a crise ecológica por escassez de água é um exagero.

Mas, se por um lado, 88,8 por cento dos inquiridos considera que as pessoas não têm o direito de usar a água como quiserem, por outro, 61,8 % assume que consome mais água do que devia e precisa.

Quando pensam em poupar água, os inquiridos associam essa necessidade a uma redução no seu conforto, pelo que no estudo da Águas de Portugal se conclui que são necessárias campanhas de sensibilização para contrariar essa ideia.

Em vez de "mecanismos de penalização" para o desperdício, o espírito destas campanhas deve ser "obtenção de recompensas", e a inclusão de "dicas de poupança", dando ênfase ao impacto reduzido desta poupança na qualidade de vida.

Poupar água para ter um ambiente melhor deve ser outra das mensagens para sensibilizar os consumidores. "Mensagens alarmistas" são de evitar e deve apostar-se em campanhas continuadas, defendem os inquiridos.

Para três quartos das pessoas que responderam ao inquérito, aumentar o preço da água não é a maneira mais eficaz de estimular a poupança.

A maioria (57%) não acredita que se dê o devido valor à água como recurso escasso, devido à facilidade com que esta sai da torneira.

Além disso, a água é mais barata do que bens como a electricidade, o combustível ou as telecomunicações, ficando em quarto lugar na lista dos recursos em que se gasta mais dinheiro.

Se tivessem que preservar um recurso abdicando dos outros, 44,9% escolheria a água, mas a electricidade está bem perto, com 40,9 por cento. Electricidade, telecomunicações e gás repartem o resto das preferências.

Embora 88,2% aceitasse usar água reciclada para consumo não humano, apenas 48,4% concorda com o pagamento de uma taxa para financiar a reciclagem da água.

Entre os gestos de poupança que mais pessoas admitem como necessários está fechar a torneira e não ter água a correr sem parar, reduzir o tempo dos banhos, reduzir a quantidade de água em cada descarga de autoclismo ou optimizar o número de lavagens de roupa e de louça.

Os resultados do Estudo Nacional sobre as Atitudes e Comportamentos dos Portugueses são apresentados hoje no Museu da Água, em Lisboa, com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

O estudo da Águas de Portugal foi feito com 1.662 pessoas que responderam pela Internet a perguntas sobre as suas atitudes e comportamentos em relação à água.

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