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Candidato à JSD André Neves quer "refundar estruturas partidárias"

25 de fevereiro de 2018 às 17:23

Apoiante de Rui Rio, o candidato defende que "os partidos têm de se adequar à democracia do século XXI".

O candidato à liderança da Juventude Social Democrata (JSD), André Neves, defendeu este domingo a necessidade de "refundar as estruturas partidárias" por considerar que estas estão "caducas", o que leva a que "os jovens se distanciem da política".

Em declarações à agênciaLusa, o presidente da distrital de Aveiro da JSD, que apoiou Rui Rio para a liderança do partido e anunciou no início de Fevereiro a sua candidatura a presidente da estrutura jovem nacional social-democrata, considerou que "os partidos têm de se adequar à democracia do século XXI".

"É importante termos a humildade de reconhecer que a estruturas partidárias estão caducas. Não estão adequadas à participação cívica e política que a sociedade deve ter. Por isto é que existe o afastamento dos jovens da política. É preciso refundarmos as estruturas partidárias.", disse André Neves.

Neste sentido, a moção da sua candidatura inclui propostas como a do voto digital porque, descreveu o social-democrata, "boa parte dos militantes da JSD estão noutras cidades a estudar, estão noutros países em Erasmus, estão a fazer investigação em universidades noutros continentes ou a trabalhar em multinacionais".

"Temos por isso que nos organizar para que possam fazer na sua juventude partidária, no caso a JSD, a sua participação política. Para que possam expor e discutir as suas ideias mesmo estando longe. Para que possam votar à distância. A JSD tem de ser pioneira em trazer uma agenda digital para o partido e para a sociedade", defendeu.

André Neves, que apoia Rui Rio por considerar que este "é o líder certo para colocar o país em convergência com o crescimento da média da União Europeia e para fazer as reformas que o país precisa", esclareceu, contudo, que lidera uma "candidatura autónoma", rejeitando "colagens" ao novo presidente dos sociais-democratas e vincou que não acredita em "dinastias".

"Rejeito dinastias. A JSD tem de ter um líder eleito em congresso pela vontade e com liberdade no exercício da democracia do voto dos delegados ao congresso. Rejeito uma JSD que tenha um líder definido a quatro ou a três anos antes do dia da eleição", referiu.

Também são propostas desta candidatura questões ligadas aos novos modelos de protecção social e à economia circular, tendo André Neves defendido que "deve-se readaptar o Estado social, mas sem diminuir os direitos".

"Sabemos que hoje em dia temos trabalhos que não imaginávamos que seriam possíveis há 30/40 anos. É estimado que 65% das crianças em idade escolar vai trabalhar em profissões que não conhecemos. Há novos trabalhos e novos empregos, mas temos o mesmo Estado social que tem de se adaptar às novas realidades", descreveu.

Da moção que André Neves levará ao congresso da JSD, agendado para Abril, constam ainda ideias como a mudança do atual quadro legislativo português para que este passe "a estar focado em criar incentivos e condições para que as novas iniciativas tenham em Portugal a certeza de que podem ser postos ao serviço da sustentabilidade social e ambiental, numa nova economia da partilha".

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