Secções
Entrar

Câmara de Lisboa quer limitar circulação automóvel na Baixa a 30 km/h

05 de fevereiro de 2020 às 20:16

Relatório técnico prevê a proibição de circulação na zona da Baixa a veículos posteriores a 2005, com exceção para residentes, a partir de abril de 2021.

A limitação da circulação automóvel a 30 quilómetros/hora é uma das propostas da Câmara de Lisboa para a nova Zona de Emissões Reduzidas Baixa-Chiado, onde o trânsito será exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados.

A medida está inscrita no relatório técnico da Zona de Emissões Reduzidas Avenida-Baixa-Chiado (ZER ABC), disponível no 'site' www.zer.lisboa.pt, que prevê ainda que os veículos posteriores a 2005 (veículos EURO 4) deixem de poder circular na zona da Baixa, com exceção para residentes, a partir de abril de 2021.

A nova ZER foi apresentada na semana passada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), e prevê que, a partir do verão, o trânsito automóvel na zona da Baixa passe a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06:30 e as 00:00.

O projeto apresentado propõe também a proibição da circulação automóvel na faixa central da Avenida da Liberdade entre os Restauradores e a Rua das Pretas e a reposição do modelo original de circulação ascendente/descendente nas laterais da avenida.

A limitação da circulação automóvel a 30 quilómetros/hora é apresentada no relatório como uma "clara aposta na segurança rodoviária".

Por outro lado, a autarquia defende a melhoria do desempenho da rede de autocarros e elétricos e o "reforço da oferta da Carris, em particular a sua regularidade".

"Obviamente, a redução de tráfego resultante da regulação de acesso terá um efeito positivo na redução dos conflitos com o transporte individual, bem como a eliminação do estacionamento na via pública nos locais onde hoje a Carris regista mais interrupções, nomeadamente, na Rua da Escola Politécnica, na Rua de São Paulo e Rua dos Fanqueiros (top 3 de tempo perdido pela Carris)", lê-se no documento.

Entre os eixos que passam a ser reservados ao transporte público está a Rua da Prata, uma "parte significativa" da Rua da Conceição, a Rua de São Pedro de Alcântara entre o Largo Trindade Coelho e a Rua das Taipas, o Largo Camões e a Rua do Loreto, o Largo do Chiado e o sentido descendente da Rua de São Bento.

"O modelo de circulação proposto visa melhorar as condições de circulação no interior da área para o transporte público e para os segmentos autorizados, sobretudo os residentes", é ainda referido.

No relatório são apresentadas várias propostas para alterar o sistema de circulação atual na Baixa, nomeadamente a transformação da Rua do Ouro num "canal de via única para transporte público e transporte individual (segmentos autorizados), no sentido norte-sul".

Entre outras alterações, prevê-se que a Rua da Prata também fique exclusivamente de acesso a transportes públicos, com uma via em sentido sul-norte.

"No interior da área de intervenção esperam-se reduções de tráfego muito elevadas, que podem atingir os 75% em alguns arruamentos. Em geral, é expectável uma redução de 40% do número de veículos em circulação, dos atuais 100 mil para 60 mil. Assim sendo serão evitadas até 60 mil toneladas de emissões de CO2/ano", lê-se no relatório.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela