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BE quer explicações do Governo sobre dragagens no Sado

12 de outubro de 2018 às 15:09

O Bloco de Esquerda vai pedir esclarecimentos à ministra do Mar e ao presidente da APA sobre as dragagens no canal de navegação no rio Sado.

O Bloco de Esquerda vai pedir esclarecimentos à ministra do Mar e ao presidente da APA sobre as dragagens no canal de navegação no rio Sado, contestadas por vários setores da sociedade civil setubalense, anunciou o partido.

"Ainda hoje vamos entregar um requerimento a pedir a presença da ministra do Mar e do presidente da APA [Agência Portuguesa do Ambiente] na Assembleia da República, porque não percebemos como é possível que o governo tivesse dado autorização para estas dragagens", disse à agência Lusa Joana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda (BE) eleita por Setúbal.

"A comunidade portuária considera que o canal de navegação garante a sustentabilidade da atividade económica por muitos anos, pelo que não se compreende a realização destas dragagens em nome de um suposto desenvolvimento económico", acrescentou.

Mas, para Joana Mortágua, além de desnecessárias, as dragagens no estuário do Sado também constituem um "crime ambiental" de consequências imprevisíveis.

"Já temos a serra da Arrábida que não foi reconhecida como património da UNESCO devido à cimenteira. Se permitirmos que se façam estas dragagens estamos também a colocar em causa o património ambiental do estuário do Sado e qualquer dia não temos nada", frisou.

Tal como o BE, também o Clube da Arrábida, que representa centenas de moradores e utentes das praias da Arrábida, e as associações ambientalistas Zero e Quercus, e a cooperativa de pescadores Sesibal, que convocaram uma manifestação de protesto para as 16:00 de sábado, no jardim Luís da Fonseca, em frente ao INATEL de Setúbal, contestam a realização das dragagens de alargamento e aprofundamento do canal de navegação, que dizem ser "o maior atentado ambiental alguma vez cometido no rio Sado".

Os promotores desta manifestação acusam a APSS (Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra) de querer "transformar Setúbal num porto de águas profundas, como o porto de Sines, retirando ao rio Sado 6,5 milhões de metros cúbicos de areia".

Entre outros argumentos, alegam que as dragagens não só vão contribuir para a diminuição do areal das praias da Arrábida, como vão colocar em risco a sobrevivência da já reduzida e protegida colónia de golfinhos-roazes do Sado e as pradarias marinhas, que são um `berçário´ para centenas de espécies de peixes.

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