Secções
Entrar

Autarca de Barcelos "em plenas funções" apesar de prisão em casa

04 de junho de 2019 às 11:43

Nuno Cerejeira Namora, advogado do autarca, afirma que Costa Gomes não renuncia ao mandato "porque se considera inocente".

O presidente da Câmara deBarcelos, Miguel Costa Gomes, vai manter-se em "plenas funções", apesar de estar sujeito a prisão domiciliária no âmbito daoperação "Teia", disse hoje o advogado do autarca à Lusa.

Segundo Nuno Cerejeira Namora, Costa Gomes não renuncia ao mandato "porque se considera inocente".

"[Costa Gomes] prefere estar detido em casa mas de bem com a sua consciência do que renunciar ao mandato e ser dado como tendo confessado aquilo de que está acusado", referiu.

Na segunda-feira, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto aplicou prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, a Costa Gomes, proibindo-o ainda de contactos com os funcionários da Câmara, no distrito de Braga.

Em causa está a operação "Teia", que se centra nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos e no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, investigando suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto.

"Vou pedir ao juiz que clarifique o que são funcionários, mas o que é certo é que o presidente da Câmara continuará em plenas funções", disse ainda Cerejeira Namora.

Segundo o advogado, os assuntos poderão ser levados a casa de Costa Gomes para despacho, por alguém externo à Câmara.

"De uma forma ou outra, os assuntos continuarão a ir a despacho do presidente", assegurou.

Entretanto, Cerejeira Namora vai pedir a alteração da medida de coação e a "queda imediata" do crime de prevaricação de que o autarca de Barcelos está indiciado, considerando que eventuais irregularidades em ajustes diretos "constituem um problema administrativo e não penal".

Costa Gomes está ainda indiciado de um crime de corrupção passiva.

Na operação "Teia", são ainda arguidos o agora demissionário presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, que ficou em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 40 mil euros, e a mulher, Manuela Couto, que ficou em prisão domiciliária.

O outro arguido é o presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, que também ficou em liberdade mediante uma caução de 20 mil euros, e com suspensão das funções que exercia.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela