Apresentada queixa-crime contra presidente da Associação Zoófila
A presidente, demissionária desde 20 de Junho, é "suspeita de ter feito "negócios consigo mesma".
A presidente do Conselho Fiscal da Associação Zoófila Portuguesa (AZP), Luísa Coelho, apresentou na passada semana uma queixa-crime contra a presidente da instituição, Ana Fernandes, por alegado abuso de confiança. A presidente está demissionária, com o resto da direcção, desde 20 de Junho.
Segundo oDiário de Notícias, Ana Fernandes - presidente da AZP desde 2007 - é "suspeita de ter feito "negócios consigo mesma". Em causa estão irregularidades imputadas à presidente da AssociaçãoZoófila e deputada municipal doPAN em Odivelas - que tem em seu nome uma empresa que prestava serviços à AZP.
Entre as irregularidades estão ainda a compra de um telemóvel por 843 euros sem decisão colegial prévia e a aquisição, em Fevereiro de 2017, de mais de três mil euros de ração fora de prazo da marca que a sua empresa detinha a representação.
"Há uma sensação de impunidade. Não podemos aceitar estes comportamentos. Uma pessoa que está a gerir o dinheiro dos outros não pode agir assim. Que podemos fazer para que a senhora deixe de achar que a associação é ela?", disse ao jornal a presidente do conselho fiscal da AZP.
Em declarações ao DN, Ana Fernandes, que está demissionária, disse que "nunca tomou decisões sem respaldo da restante direcção e lembra que as contas foram sempre aprovadas por sucessivos conselhos fiscais, incluindo o que o acusa de abuso de confiança".
Ana Fernandes não nega que a empresa de que é proprietária desde 2011 cobrou serviços à AZP, salientando que os membros da direcção sabiam da sua relação com a empresa.
"Facturas foram entregues, seguiram circuitos administrativos normais, passaram por várias pessoas e foram validadas pela tesouraria. O nome da empresa aparece nos balancetes. Não só nunca escondi que a empresa era minha como disse, em várias oportunidades, que tinha uma empresa. Além de ser informação pública. (…) O potencial conflito de interesses foi avaliado pelos órgãos sociais e aceite dados os benefícios que trazia à AZP", disse.
A pedido de um grupo de sócios é convocada uma assembleia geral extraordinária para 26 de maio na qual as acusações contra a presidente foram tornadas públicas.
De acordo com o site, a AZP "é uma instituição humanitária de interesse público que procura promover a protecção de todos os animais, apoiando os seus responsáveis e também os associados que intervenham em sua defesa". A associação conta com cerca de 17 mil sócios e desde 2014 possui um hospital veterinário, com facturação de quase um milhão/ano e 30 funcionários.
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