Termina aqui a nossa cobertura ao minuto
Caro leitor, com todos os resultados apurados e as reações do principais partidos, damos por terminada a nossa cobertura ao minuto dos resultados das eleições europeias. Obrigada por ter estado desse lado.
PS conquistou 8 mandatos, a AD, 7 e o Chega e a Il, 2 cada um. Bloco e CDU também elege um cada um. Livre e PAN ficaram de foram do Parlamento Europeu.
Com todas as freguesias apuradas, o PS foi o grande vencedor das Eleições Europeias em Portugal. Uma diferença de 38.539 votos ditou mais um eurodeputado para os socialistas, que soma 8. A AD liderada por Sebastião Bugalho elegeu sete e o Chega e a Iniciativa Liberal chegaram aos dois, cada um. A lista dos eleitos termina com um para o BE e um para a CDU.
Caro leitor, com todos os resultados apurados e as reações do principais partidos, damos por terminada a nossa cobertura ao minuto dos resultados das eleições europeias. Obrigada por ter estado desse lado.
Houve mais um alvo no discurso de André Ventura: o primeiro-ministro, Luís Montenegro. "Então, o senhor primeiro-ministro, Luís Montenegro, vem dizer que apoia uma candidatura de António Costa ao Conselho Europeu", começa, no meio de vários apupos. "Aqui se vê que o PSD é a muleta do PS em Portugal. Quero deixar a garantia de que, enquanto for líder do partido, o Chega nunca permitirá que se apoie António Costa", atira. Apesar de laurear o crescimento do Chega face às últimas europeias, Ventura lamenta não ter cumprido o objetivo. "O objetivo era vencer estas eleições", afirma. "Depois do dia 10 de março, o Chega entra em todas as eleições para vencer. Sou o único responsável deste resultado. E quero deixar claro ao país político: que não pense que pode extrapolar algo destas eleições", conclui.
O PS suspira com a redução eleitoral do Chega face às Legislativas, Marta Temido destaca votação "massiva em projetos e partidos europeístas", mas congratula-se com uma "inversão de tendência" de direita em Portugal. O resultado socialista é suficiente para cantar vitória? "Por um ponto percentual se ganha", responde o líder do PS, recordado que "uma margem mais pequena do que esta deu para formar Governo", em março. "Se há leitura que se pode tirar é que os portugueses querem pelo menos que o Governo tenha uma atitude diferente com o Parlamento. Saiba o Governo ler o que os portugueses quiseram dizer", insta Pedro Nuno Santos, aproveitando a ocasião para desejar que seja António Costa a presidir o Conselho Europeu.
A atual líder da Comissão Europeia e recandidata a um segundo mandato, Ursula von der Leyen, disse esta noite estar confiante na reeleição. "Sim, estou confiante, mas claro que sei que há muito trabalho duro à minha frente. Mas estou confiante, quanto à minha recandidatura para um segundo mandato."
Comentando os resultados eleitorais afirmou que estes "dão duas mensagens". "A primeira, que se mantém uma maioria de centro forte na Europa e que isso é crucial para a estabilidade. Por outra palavaras, o centro está a aguentar-se. Mas também é verdade que os extremos da esquerda e da direita ganharam apoio e é por isso que o resultado traz grande responsabilidade para os partidos do centro."
Pouco depois da meia-noite, Ventura e António Tânger Corrêa saem da sala onde passaram a noite. "Pouco importa, pouco importa, se eles falam bem ou mal, nós só queremos André Ventura a mandar em Portugal", cantam os presentes. Ao subir o palanque, Tânger Corrêa chama os colegas de lista... e "as meninas", também colegas de lista. O cabeça de lista e recém-eleito eurodeputado admite a derrota: "Hoje não foi um dia bom para o Chega. Há perder e ganhar, ganhar e perder. Se eu ganhasse sempre era campeão olimpico e nao sou."
"A partir de amanhã vamos começar a trabalhar com todos os que querem construir uma Europa mais forte, a favor de todos os portugueses, a favor de todos europeus", prometeu a cabeça de lista socialista, que, no seu discurso de vitória, destacou a redução da abstenção "ainda mais elevada do que gostaríamos" e a tomou como prova de que "que os portugueses acreditam que a Europa pode dar respostas concretas ao problemas do dia-a-dia".
"Tivemos um Governo em campanha intensa, com planos atrás de planos, com promessas não quantificadas do ponto de vista orçamental e sem metas [temporais]. Esta foi a resposta que o povo deu também à força como o Governo quis estar nesta campanha", defendeu Pedro Nuno Santos, acrescentando que "não foi o Governo que ficou em causa nestas eleições, mas sim uma determinada forma de governar".
Pedro Nuno Santos acusou o "Governo de nacionalizar estas eleições", mas foi o próprio secretário-geral do PS quem virou o discurso para a política doméstica.
Na sede do Chega, já está tudo a postos para receber André Ventura. À medida que vão descendo dirigentes, deputados e recém-eleitos eurodeputados, ainda não há sinal do presidente do partido. Sentado na linha da frente do palanque está a direção - Diogo Pacheco de Amorim, Rui Paulo Sousa, Pedro Pinto, Pedro Frazão e Marta Trindade - e os candidatos - o recém-eleito Tiago Moreira de Sá e Francisco Almeida Leite. Após contactos entre o Chega e o PS, já ficou combinado: Ventura só fala depois de Pedro Nuno Santos e Marta Temido.
O secretário-geral socialista recolhe vitória socialista, com uma mulher ao leme. "Tivemos mais votos e mais mandatos, recuperámos a liderança em mais três distritos: Faro, Guarda e Porto", disse, acrescentando que "sem o Chega, a esquerda foi nestas eleições maioritária" e ignorando o facto de PS ter perdido um deputado no Parlamento Europeu. PS elegeu oito deputados, a AD sete.
Montenegro assumiu a derrota - mas pouco. Incluiu a derrota no balanço dos seus dois anos de mandato à frente do partido, já que as contas lhe dão "quatro vitórias": nos Açores, duas vezes na Madeira e nas legislativas. E, sobre o resultado, destacou que teve mais votos do que há cinco ou há dez anos, com uma percentagem maior, e mantendo a sua representação na UE em mandatos. Mais significativo, disse, quando "à direita foram eleitos quatro deputados por forças políticas que eram inexpressivas no último ato eleitoral".
O primeiro-ministro fez ainda uma referência, com que iniciou aliás a sua intervenção, à novidade do voto em mobilidade, e aproveitou para elogiar também o anterior ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que lançou o processo com o anterior governo. Carneiro foi também o candidato que defrontou Pedro Nuno Santos nas nas diretas pela liderança do PS.
Na declaração da noite em nome da AD, Luís Montenegro tentou descolar a ação do governo do resultado - e da derrota - nas europeias. O líder do PSD garantiu que "em primeiro plano está o compromisso férreo com a população portuguesa". O também primeiro-ministro garantiu que "o governo não esteve em campanha eleitoral, esteve a cumprir os seus compromissos" e acrescentou que todos os que invocaram esse argumento são os mesmos que "30 dias depois da tomada de posse diziam que éramos um governo de inação".
Luís Montenegro anuncia que apoiará António Costa para presidente do Conselho Europeu e que "tudo fará para que essa candidatura possa ter sucesso". Mais, garantiu que os outros chefes de governo da UE sabem dessa decisão do PSD desde antes das europeias e até "mesmo antes de ser primeiro-ministro".
Com quase todos os votos apurados (faltam apenas 23 consulados), confirma-se a eleição de Catarina Martins e de João Oliveira para o Parlamento Europeu. Depois de Cotrim de Figueiredo, a Iniciativa Liberal elege também Ana Martins.
Os dois últimos eleitos pelo Partido Socialista são Isilda gomes e Sérgio Gonçalves. Já o último eurodeputado da AD é Paulo Cabral.
A CDU anuncia ter eleito o cabeça de lista João Oliveira, quando falta apurar uma freguesia e 23 consulados. Perante aplausos, o agora eurodeputado deixou a garantia de fazer ouvir a voz do povo em Bruxelas e ser uma voz pela luta dos trabalhadores.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, agradeceu a audácia da juventude para eleger João Oliveira.
Fontes do partido dizem àSÁBADOque os liberais vão ficar pelos dois deputados, sendo praticamente certo que não vão conseguir eleger o terceiro, possibilidade que desde as projeções das televisões era uma das expetativas dos presentes na noite eleitoral do partido.
Depois dos agradecimentos e elogios a Catarina Martins, Mariana Mortágua salienta a viragem à direita no Parlamento Europeu, apesar do equilibrio de forças entre a esquerda e a direita. Apesar de o Bloco de Esquerda ter obtido metade dos votos das europeias de 2019, Mortágua diz que o partido "resiste", o que considera um reflexo de que os portugueses sabem que contam com o BE para "todas as causas".
Os resultados oficiais ainda não indicam a eleição de Catarina Martins mas a antiga líder do BE diz que o mandato do Bloco de Esquerda em Bruxelas será um "mandato pela paz". Com Mariana Mortágua ao lado, e com muitos aplausos, garante que o partido rejeita o Pacto para as Migrações e que estarão a lutar pela educação, habitação pela "vida boa" na Europa.
Até ao momento, o PS elegeu seis eurodeputados, todos estreantes no Parlamento Europeu: Marta Temido, Francisco Assis, Ana Catarina Mendes, Bruno Gonçalves, André Rodrigues e Carla Tavares.
A AD, apesar de ter menos cerca de 30 mil votos elegeu os mesmos seis eurodeputados que os socialistas: Sebastião Bugalho, Paulo Matos Cunha, Ana Miguel Pedro, Hélder Silva, Lídia Pereira e Sérgio Silva. Destes, apenas Lídia Pereira é reeleita para um segundo mandato no Parlamento Europeu.
O Chega elegeu dois eurodeputados, António Tânger Correa e Tiago Moreira de Sá
A Iniciativa Liberal, com menos 28 mil votos que o Chega, elegeu o antigo líder João Cotrim de Figueiredo.
No Livre, o otimismo inicial sobre as probabilidades de eleição de Francisco Paupério está a dar lugar ao nervosismo sobre as hipóteses de o partido eleger o seu primeiro eurodeputado. Há quem esteja a ver em tempo real os resultados, à espera de boas notícias. "Ainda acredito", diz um militante. Na sala principal ouvem-se os canais de notícias - as bandeiras do partido estão enroladas e aguarda-se, ao som de várias conversas em voz baixa, o resultado final.
Ao lado da sala de conferências do Marriott, existe outra sala. É aí que estão reunidos o presidente do Chega, André Ventura, o recém-eleito eurodeputado António Tânger Corrêa e a restante cúpula da candidatura, onde jantaram e acompanham todos os desenvolvimentos das eleições europeias. Na sala de conferências, as pessoas continuam de pé e agarrados aos telemóvel - será assim até pelo menos ao fim da contagem de votos. Com 11 freguesias por apurar, o Chega já elegeu Tânger Corrêa e o professor universitário Tiago Moreira de Sá.
Tiago Moreira de Sá é o segundo eurodeputado eleito pelo partido de André Ventura. O professor universitário na Universidade Nova de Lisboa aceitou o convite para integrar as listas do Chega depois de ficar de fora das listas do PSD nas últimas legislativas, pelas quais foi eleito deputado em janeiro de 2022, escolhido pela direção de Rui Rio.
Investigador na área das relações internacionais, é autor de vários livros, entre os quais Donald Trump. O Método no Caos (2018), em co-autoria com Diana Soller; História das Relações Portugal - EUA (1776-2015) (2016); Política Externa Portuguesa (2015); eCarlucci vs. Kissinger. Os EUA e a Revolução Portuguesa, Lisboa, Dom Quixote, 2008 (em co-autoria com Bernardino Gomes).
Na noite eleitoral do Chega, começa a compor-se a sala de conferências do hotel Marriott, em Lisboa. Entram dirigentes do Chega agarrados ao telemóvel enquanto analisam com expectativa os resultados que vão caindo nos diversos portais. Nenhum dos dirigentes presentes na sala, como o deputado Pedro Correia, quis comentar àSÁBADOo resultado eleitoral antes da contagem fechar. Ao contrário de outras noites eleitorais aqui no Marriott, onde o resultado era de crescimento expressivo, as celebrações iniciavam antecipadamente e havia liberdade para falar com a imprensa. Nestas eleições europeias, a ordem é de silêncio.
O Partido Popular Europeu continua a ter a maior representação no Parlamento Europeu, seguindo-se os socialistas e os liberais, mas são as forças de extrema-direita e direita radical a registar os maiores ganhos, segundo as primeiras projeções.
Nos três países com mais eurodeputados – Alemanha, 93, França, 81, Itália, 75 – a extrema-direita e a direita radical registaram fortes ganhos e as negociações entre os governos de Berlim, Paris e Roma irão, efetivamente, condicionar as decisões sobre a repartição de cargos na Comissão Europeia.
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Bernardo Blanco acompanha as atualizações dos resultados numa sala reservada ao staff do partido. A Iniciativa Liberal está na expetativa de eleger um segundo deputado - eventualmente um terceiro -, numa corrida ao milímetro com o Chega para o terceiro lugar nestas Europeias 2024.
"Vamos perder por 20 ou 30 mil votos": é a expectativa de quem, na AD, acompanha junto do estado maior da coligação os dados e resultados. Para já, é uma expectativa. Em comparação, recorde-se que a AD ganhou nas legislativas com uma vantagem de cerca de 50 mil votos.
A sala da Iniciativa Liberal foi ao rubro com os primeiros resultados, que confirmam as projeções das televisões. Vários deputados do partido circulam pela sala (Mariana Leitão, Rodrigo Saraiva, Bernardo Blanco e Joana Cordeiro), mas ninguém quer falar antes do resultado oficial. Um desses deputados dizia em off que o partido não tem ainda sequer o segundo eudeputado eleito. Mas que está por muito pouco. O mesmo deputado diz que o partido tem acesso aos resultados praticamente ao mesmo tempo que os do site ondesão apresentados os resultados globais.
Lídia Pereira é das poucas presenças de relevo a surgir há pouco no andar onde se encontra também o espaço reservado à comunicação social. Mas, àSÁBADO, não quis comentar para já os resultados". Ainda é cedo, só quando estiver mais claro", justificou a eurodeputada e recandidata que já assegurou a reeleição.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foi a grande vencedora em Itália. As sondagens dão a partido Irmãos de Itália entre 26 e 30% dos votos. Enquanto que o partido de centro-esquerda Partido Democrático (PD), fica em segundo lugar com 21 a 25%.
Este é um dos grandes resultados para o partido conservador de direita populista que sobe de 6,4% nas eleições de 2019.
Nervos até à última hora: na AD aguardam-se resultados finais para reagir com um cenário mais definido. As indecisões ao longo da noite levaram aliás a organização a oferecer pregos aos jornalistas presentes que os quisessem: é que a comunicação social ficou à espera de uma reação, pouco depois das oito da noite, que afinal não aconteceu - e ficou presa na sala sem comer, para nada. Agora, há menos promessas sobre quem fala. A sala está mais composta, mas ninguém se mostra especialmente satisfeito. Pelo contrário, trocam-se argumentos para atribuir a derrota ao adversário - o PS - que "mesmo que ganhe é por poucochinho e perdem uns três eurodeputados". A sala está cheia, mas apenas de militantes de base. Não têm surgido elementos da direção, nem sequer notáveis do partido.
Nem uma interjeição, nem um grito de apoio ao partido, nada. Foi sem reação que cerca de 50 apoiantes socialistas receberam, pelas televisões, a notícia do empate com a AD, às 22:00. O PS tem agora 32,4% e a AD 32%.
O PS está ligeiramente à frente da AD, quando estão contados 96% dos votos. Neste momento, têm ambos 5 eurodeputados eleitos. Seguem-se o Chega e a IL com um, cada um.
Até há segundos esta sala, no teatro da Luz, estava quase vazia e em silêncio - a coreografia das bandeiras (feita em silêncio) começou a caminho da confirmação dos resultados das eleições. No Livre há optimismo sobre a eleição de Francisco Paupério.
"Em Portugal, ser muleta do PS não convence." Esta foi a nota principal da mensagem de Nuno Melo, na primeira declaração verdadeiramente política da noite da AD. O líder do CDS fez notar que "ao contrário do que vai acontecendo no resto da União Europeia, Portugal continua a ser um espaço de moderação e bom senso." A intervenção surgiu centrada num dos elementos em que a AD parece encontrar razões para estar satisfeita: a contenção do Chega, que desce face às legislativas de forma significativa. De resto, sobre o que está em dúvida, mais cautelas: "Temos de ver o que vai acontecer, quer em percentagem, quer em mandatos." É possível, note-se, não ganhar em percentagem mas empatar em mandatos. Melo puxou ainda pela comparação com 2019, em que PSD e CDS, separados, tiveram menos votos do que a atual AD.
Mudança de planos na AD: afinal deverá haver uma reação de Nuno Melo às 9h20. À coligação tem oscilado nas decisões sobre reações. Anunciou uma reação às 20h10 que simplesmente não aconteceu, depois explicou que haveria silêncio até depois das dez da noite, e agora diz que será o líder do CDS o primeiro a falar, já daqui a pouco.
Silêncio total até depois das dez da noite: é a nova decisão da campanha da AD, depois de inicialmente terem prometido reagir pouco depois das 20h. Fonte do núcleo de campanha explica a mudança: "isto está renhido" e diz até haver um cenário mais claro o tempo é de contenção. E "está renhido" em várias frentes: no número de votos, de deputados e em relação a quem ganha. Outro dado a pesar no cuidado é o facto, notado pela AD, de que o PS também está em silêncio.
"Eu diria que a presidente da Comissão Europeia será do PPE e o Conselho Europeu dos socialistas", comentou António Costa, na CMTV, considerando ainda que o "Parlamento Europeu há-de rodar entre os socialistas e os liberais" ou "entre o PPE e os liberais".
Bernardo Blanco subiu ao palco pelas 20h55 para uma primeira reação às projeções das televisões, que dão à IL um possível terceiro lugar. "Hoje é um dia de esperança, a partir de hoje temos representação em todos os parlamentos." O deputado dedicou grande parte das suas palavras para falar da extrema esquerda e da extrema direita. "Estamos a lutar pelo terceiro lugar e assistimos a uma derrota dos extremismos. O PCP e o BE têm resultados muito aquém. E o Chega tem uma queda muito significativa. O Chega é apenas o PS que ainda não alcançou o poder. Se entendermos as preocupações das pessoas que votaram no Chega, podemos pouco a pouco ganhar a confiança dessas pessoas, e hoje é a prova disso mesmo." Bernardo Blanco disse que foi "a derrota do vale tudo face à coerência, dos berros face à competência, da política da mentira face à política da verdade."
A sala de conferências do hotel Altis está silenciosa. À frente do palco onde daqui a umas horas Marta Temido discursará apenas sete das 150 cadeiras dispostas estão ocupadas. Meia dúzia de militantes (desconhecidos) andam de um lado para o outro, tomam atenção às emissões televisivas e partilham projeções por mensagens de WhatsApp. Embora ligeiramente à frente, os resultados mostram um empate técnico entre os dois grandes e os socialistas não reagiram ainda às projeções.
A cúpula do partido está reunida no bar do primeiro andar do hotel. A acompanhar os candidatos Marta Temido, Ana Catarina Mendes, Francisco Assis estão Pedro Nuno Santos, Carlos César, Duarte Cordeiro.
O presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu convocar eleições legislativas após o resultado das eleições europeias. O Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, obteve 32% dos votos, mais do dobro dos 15% alcançados pelo partido do chefe de estado.
O núcleo duro da Iniciativa Liberal – onde se inclui o cabeça de lista, João Cotrim Figueiredo, e os deputados Mariana Leitão, Rodrigo Saraiva e Bernardo Blanco – está reunido numa sala das instalações das Oficinas 2 do Metropolitano de Lisboa, onde está a decorrer a noite eleitoral da Iniciativa Liberal para as Europeias 2024. António Costa Amaral, o N.º 3 da lista, cuja eleição pode ser uma das surpresas desta noite não está curiosamente nessa sala com o núcleo duro do partido. Deambula ao telefone e conversa com amigos na zona do palco. Abordado pelaSÁBADO,não quis falar para já. "Só quando houver resultados oficiais", disse, visivelmente satisfeito com as projeções das televisões, que dão como possível um terceiro lugar da IL, à frente do Chega, elegendo dois a três deputados.
A noite eleitoral do Livre ganha alguma vida. Rui Tavares sobe ao palco para dizer que, apesar de os resultados ainda não serem conhecidos, é "possível afirmar algumas coisas": "o Livre volta a crescer em mais uma eleição" [palmas], "cresce num cenário em que a extrema direita [Chega] desce", e prova ser parte de "uma esquerda verde europeia com a qual é preciso contar para a governação em Portugal" e na Europa [mais palmas]. O líder do partido destaca os bons resultados da "esquerda verde europeia" na Dinamarca, Países Baixos e Polónia, onde ganhou as europeias. "Esta é a família política para fazer frente à extrema direita", afirma. Sobre a eleição potencial de Francisco Paupério, Tavares considera que "há boas probabilidades" e que há que esperar "até à contagem do último voto".
André Ventura chegou ao hotel Marriott, quartel-general do Chega nesta noite europeia. Perante as projeções à boca das urnas, que colocam o Chega atrás da Iniciativa Liberal, André Ventura admite a derrota: "O responsável sou eu e eu próprio." "Vamos ver ao fim da noite, ver quantos eurodeputados elegemos. Ainda não há certezas. Em todo o caso, ficámos atrás do PS e PSD (...) "Não era o resultado que desejávamos, segundo estas sondagens, ficou aquém da nossa expectativa." Apesar de admitir a derrota, Ventura vê um lado positivo: "Esta é a entrada do Chega no Parlamento Europeu, de qualquer maneira." Ventura entrou hotel adentro, seguido por uma comitiva cabisbaixa, composta pelo candidato António Tânger Corrêa, o deputado e vice-presidente do partido Pedro Frazão e os deputados Pedro Correia e Bernardo Pessanha. "A política não é feito só de vitórias. Logo à noite falamos e cá estarei para dar a cara. Agora vou avaliar o resultado real", afirmou Ventura, seguindo para o espaço reservado da cúpula do Chega no hotel.
O Parlamento Europeu está a divulgarprojeções ao minuto. Neste momento, o PPE mantém-se como principal partido, com 186 eurodeputados eleitos, em segundo os Socialistas e Democratas, com 133, e segue-se o Renovar a Europa, com 82.
António Costa reagiu às projeções das televisões que dão um empate técnico entre o PS e a AD, com ligeira vantagem para os socialistas. A confirmar-se este resultado, disse, é "uma vitória do PS". "Desde as autárquicas de 2013, o PS ganhou todas as eleições, menos o empate técnico" das últimas legislativas.
Na CMTV, o ex-primeiro-ministro analisou ainda o possível resultado do Chega, que surge empatado com a IL em terceiro lugar, considerando confirmar que "felizmente muito do voto que teve [nas legislativas] foi um voto de protesto".
Pedro Pinto entra na sala de conferências do hotel Marriott e começa por agradecer aos portugueses que se deslocaram às urnas para votar, assim como aos cidadãos que estiveram nas mesas de voto, aos militantes e aos dirigentes do Chega. Em relação às mais recentes sondagens, o deputado assume que não era o resultado que esperavam mas encara-o de forma positiva, referindo que a partir deste momento Chega está oficialmente em todos os parlamentos: na Assembleia da República, nas assembleias dos Açores e Madeira e também na Europa. Termina o seu discurso assegurando aos militantes que iram abordar a noite com serenidade, e felicita os seus compatriotas europeus, pela subida dos partidos de direita radical.
Na sede do Chega, o ambiente é de enterro. A projeção à boca das urnas Intercampus para a CMTV dá a Iniciativa Liberal (8.3% a 12.3%) à frente do Chega (7.5% a 11.5%) - e a notícia foi recebida no Hotel Marriott com um conformismo de quem esperava um mau resultado. "Olha, fomos ultrapassados. A Iniciativa Liberal à nossa frente. A culpa foi do diretor de campanha", diz um militante na brincadeira, enquanto o cumprimenta. Na cara de Filipe Bandeira Duarte, diretor de campanha, está um rosto sisudo.
No Teatro da Luz, em Lisboa, as projeções que dão a possibilidade de o Livre poder eleger um eurodeputado - ou não eleger - são recebidas com total silêncio. Francisco Paupério, cabeça de lista, reagiu em antecipação à divulgação das projeções, assumindo que se for eleito a vitória é do Livre e que se for derrotado tirará "as consequências". Atrás de si tinha Rui Tavares, líder do partido, que pouco apareceu na sua campanha. As projeções dão entre perto de 4% a 6%, o que significa a possibilidade de eleição - ou o fracasso. Ambiente muito morno na noite do Livre.
Com pequenos grupos de militantes junto aos ecrãs, o empate técnico mas com o PS à frente deixou os apoiantes sem reação. Nem palmas - não haveria razão para elas - nem desânimo. Algumas reações: "Isto é uma previsão, isto ainda pode virar"; "Pode ser que algo mude." A margem mínima permite ainda ter esperança. Os sociais democratas também notam que o voto antecipado não está contado nas projeções à boca da urna, e rondará os 8% dos votos.
"PS! PS! PS!", abraços, gritos e palmas. Reunidos à volta de quatro ecrãs, às 20:00, um grupo de cerca de meia centena de socialista recebeu efusivamente os resultados das primeiras projeções, que revelam um empate técnico entre a AD e o PS, com ligeira vantagem para os segundos.
As primeiras projeções das televisões provocaram gritos de "Liberal! Liberal" entre os apoiantes do partido reunidos na sede desta noite eleitoral. A IL pode ultrapassar o Chega e atingir a meta dos três deputados. Veja o vídeo da reação, que inclui o problema técnico nos écrans montados no palco da IL.
A lista do Partido Socialista, encabeçada por Marta Temido, será a vencedora das eleições para o Parlamento Europeu com 30,2% de acordo com a projeção da Intercampus para oCorreio da Manhã/CMTV/Jornal de Negócios. O PS tem uma vantagem mínima sobre Sebastião Bugalho, que lidera a lista da Aliança Democrática, que deverá alcançar 29,9% das intenções de voto. Apesar da possível vitória, o intervalo de deputados eleitos do PS situa-se entre 6 e 8 o que significará sempre uma descida em relação aos atuais 9 lugares que os socialistas têm no Parlamento Europeu. A AD está no mesmo intervalo de deputados do PS, o que poderá significar um aumento do número de eleitos da atual soma de PSD com CDS-PP no Parlamento Europeu que é de 7.
Prestes a entrar no elevador do Altis, o terceiro candidato da lista socialista disse aos jornalistas que qualquer que seja o resultado da noite, este não deve comprometer a direção do partido. "Não assiste obrigação nenhuma ao secretário-geral ganhar estas eleições, embora tenha a esperança de que o PS ganhe", disse Francisco Assis.
Na sede eleitoral da AD, há inúmeros ecrãs de televisão para permitir acompanhar as várias emissões. Mas ganha a SIC: só é possível ouvir o som de uma, e é a estação de Carnaxide que domina em todos os aparelhos. O tempo é de espera mas a coligação promete reagir dez minutos depois das oito, ainda com protagonista por definir.
Secretário-geral socialista chegou ao Altis parco em palavras. Recusou-se a partilhar as suas expetativas sobre os resultados da noite eleitoral. "Estamos à espera com a mesma tranquilidade com que esperámos os resultados em marços [das legislativas]", disse apenas, antes de atirar à AD. "Foi o Governo da AD que esteve em campanha intensa o mês inteiro"
Na sala da noite eleitoral da AD haverá quando muito duas dezenas de militantes e nenhum notável. O ambiente é de expectativa, mas ninguém faz apostas sobre o resultado. A dúvida que alguns expressam é mesmo sobre quem fica à frente - AD ou PS - e não sobre número de eurodeputados eleitos.
A cabeça de lista socialista espera uma noite "tranquila, serena", mas isso não significa que esteja já a contar com uma vitória. "Não faço mesmo a menor ideia" de como ficarão os resultados, disse e repetiu aos jornalista, à porta do hotel Altis, em Lisboa, onde está o quartel-general do PS. Orgulhosa da campanha, sem discurso (de derrota ou de vitória) no bolso, pois quer que o balanço da noite eleitoral seja o mais natural possível, não se perdeu em comentários sobre as declarações de possível propaganda à beira das urnas, avançadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). "Foi tudo feito como devia ter sido feito", referiu apenas, antes de se dirigir para o primeiro andar do hotel onde está a sua equipa.
O diretor de campanha da AD, Emídio Guerreiro, foi o primeiro a reagir no quartel general da coligação, mas numa sala ainda quase vazia. E, ainda com urnas abertas, apenas para se congratular com a descida da abstenção. "Saudamos os que foram votar em número superior ao de há cinco anos", anotou, para elogiar ainda o novo sistema de voto em mobilidade, e que "ajudou". De resto, na linha das declarações do líder social-democrata, à entrada, a elogiar também o novo sistema, que começou a ser preparado pelo anterior governo, pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
O partido de extrema-direita francês Reagrupamento Nacional (RN) pode alcançar 32% dos votos, mais do dobro dos arrecadados pelo partido Renascimento do presidente Emmanuel Macron (com 15%), segundo as primeiras sondagens. Os socialistas devem ficar em terceiro com 14%.
Bernardo Blanco, deputado da IL, subiu ao palco para se congratular pela descida da abstenção em relação às últimas Europeias e referiu que o voto em mobilidade "foi um sucesso". "A tecnologia deve estar ao serviço da democracia". O deputado defendeu ainda que essa mesma tecnologia deve ser usada a partir de agora em todos os atos eleitorais. Bernardo Blanco referiu ainda que o objetivo da IL é eleger um deputado apenas, mas que o partido "ambiciona mais".
João Cotrim Figueiredo já está nas instalações das Oficinas 2 do Metropolitano de Lisboa, onde vai decorrer a noite eleitoral da Iniciativa Liberal para as Europeias 2024. O cabeça de lista entrou discretamente pelas 18h30 e foi visto a espreitar para a zona do palco a partir de uma janela situada num piso superior.
Outras caras do partido foram chegando depois, como o deputado Bernardo Blanco, que será um dos rostos da IL para falar às televisões. Pelas 19h chegou António Costa Amaral. É o n.º 3 na lista e parece haver algum otimismo nas hostes da IL, uma vez que foi recebido por um dirigente do partido com uma graça que pareceu a sério: "Tu és o nosso grande objetivo." Ou seja, o partido espera eleger no mínimo dois eurodeputados e vai torcer pelo terceiro. Nos bastidores comenta-se, com contentamento, que a IL teve 11% em Timor.
Estamos no Hotel Marriott, onde o Chega passará a noite eleitoral. As cadeiras ainda estão vazias e os parcos militantes dispersos entre o palco e o bar. Pouco depois das 19h, o secretário-geral, Rui Paulo Sousa, sobe ao palanque para dar a primeira reação à abstenção, que ficará entre os 58% e os 64,5%, mais baixa face a 2019, em que se ficou pelos 69,25%.
"Estamos no caminho certo para combater a abstenção", começa, elogiando o método de voto em mobilidade. "Apesar de alguns problemas técnicos que, no geral, contribuíram para o próprio resultado", acrescentou."Devemos continuar para que todos votem porque a democracia só é totalmente atinginda quando todos cumprimos o nosso direito, assim como o nosso dever."
O grupo de centro-direita Partido Popular Europeu (PPE) deve manter-se como o maior. Neste momento, pode ficar em primeiro lugar no Chipre, Alemanha, Bulgária, Croácia e Grécia, de acordo com as sondagens apresentadas à boca das urnas. Nos Países Baixos ficará em terceiro lugar e na Áustria em segundo.
Nos Países Baixos, onde a votação aconteceu já na quinta-feira, os resultados dão a vitória à coligação dos Socialistas Democratas e os Verdes. Mas só conquistarão mais um eurodeputado do que o partido anti-imigração de Geert Wilders, que vai chegar aos 7.
O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) deve ser o grande vencedor da noite eleitoral na Áustria. De acordo com as primeiras sondagens, deve alcançar 27% dos votos. Em segundo lugar, seguem-se os conservadores do Partido Popular Austríaco (ÖVP), com 23,5%.
As primeiras projeções à boca das urnas revelam que o AfD conquistou o segundo lugar nas Eleições Europeias na Alemanha. O partido de extrema-direita terá conquistado 16,5% dos votos, um recorde. Ficou aquém dos 22% conquistados em fevereiro, mas 5,5 pontos percentuais acima da última eleição europeia, em 2019 e acima dos três partidos da coligação do chanceler Olaf Scholz.
Os Verdes alemães tiveram a maior derrota deste domingo, caindo 8,5 pontos percentuais, para 12%, um claro castigo dos eleitores pelos custos das políticas de redução de emissões de CO2. Já os Sociais Democratas (SD) de Scholz não devem ir além dos 14% e o Partido Democrático Liberal (FDP) ficará pelos 5%, caindo dos 15,8% e 5,4% alcançados nas últimas europeias.
Os conservadores, que estão na oposição a nível federal, devem ser o partido mais votado, alcançando cerca de 29,5% dos votos.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) analisou duas queixas relativas às declarações da cabeça de lista ao Parlamento Europeu do PS, Marta Temido, feitas esta manhã quando foi votar e considerou que as mesmas podem "interferir no processo de formação de vontade dos eleitores e assim, inserir-se no âmbito da proibição de realização de propaganda no dia da eleição".
A CNE pede assim "aos órgãos de comunicação social que cessem a divulgação de tais declarações".