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25 de Abril: Marcelo pede que não se olhe para a Guerra Colonial apenas com os "olhos de hoje"

Diogo Barreto 25 de abril de 2021 às 10:27

O 47.º aniversário da Revolução dos Cravos está a ser celebrada na Assembleia com cerca de 100 pessoas a assistir. Acompanhe aqui ao minuto.

Momentos Chave

Decorrem este domingo as cerimónias que assinalam o 47º aniversário da revolução dos cravos. Na Assembleia da República estão cerca de 100 pessoas para assistir aos discursos.

Dos antigos Presidentes da República, apenas Ramalho Eanes está presente.

Ao MinutoAtualizado 25 abr 2021
25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 12:50

Marcelo pede que não se olhe para a Guerra Colonial apenas com os "olhos de hoje"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, começou o seu discurso falando de todos os que "viveram e morreram noutro continente e dele regressarem com traços indeléveis na sua saúde" numa referência a todas as vítimas e combatentes da Guerra Colonial, bem como os portugueses ali estabelecidos. Marcelo retoma o tema que tem estado em cima da mesa desde que morreu Marcelino da Mata, sobre a necessidade de recordar todos os que participaram nesta guerra.

Marcelo é necessário "olhar com os olhos de hoje e tentar olhar com os olhos do passado que as mais das vezes não nos é fácil de entender", pedindo que se continue a combater o colonialismo, ao mesmo tempo que não se julgam aqueles que viveram naquele tempo sob os olhos da atualidade. 

O Presidente adverte que há, no olhar de hoje uma "densidade personalista, de respeito da dignidade da pessoa humana, da condenação da escravatura e do esclavagismo, na recusa do racismo e das demais xenofobias que se foi apurando, representando um avanço cultural e civilizacional irreversível", mas que esta perspetiva não é a mesma do passado. 

Marcelo lembrou ainda os Capitães de Abril que tomaram a decisão de "romper" com as ordens. "Foram estes homens, eles mesmos e não outros, os heróis daquela madrugada do 25 de Abril", relembrou o Presidente, deixando ainda uma palavra para Ramalho Eanes, presente na sala. 

No final do seu discurso, Marcelo lembrou a próximidade à data redonda dos 50 anos do 25 de Abril e pediu que até lá se dêem mais passos para "assumir as glórias que nos honram e os fracassos pelos quais nos responsabilizamos", para "combater intolerâncias pessoais ou sociais" e construir "inclusões e sociais".

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 11:54
Lusa

Alexandre Quintanilha: "Ou nos ajudamos mutuamente ou naufragamos todos juntos"

O deputado socialista Alexandre Quintanilha afirmou hoje que uma das lições da pandemia da covid-19 foi a de agregar esforços para que exista um mundo mais sustentável, advertindo que ou há ajuda mútua ou a humanidade naufraga.

Esta posição foi assumida pelo cientista e professor universitário na sessão solene comemorativa do 47.º aniversário 25 de Abril no parlamento, num discurso em que alertou para "a fragilização das democracias", fenómeno que disse estar a crescer.

"O populismo e a demagogia, fortissimamente financiados, ganham força de forma insidiosa. E os Estados Unidos da América escaparam por pouco", observou, numa alusão à turbulenta transição de poder de Donald Trump para Joe Biden na presidência deste país.

Alexandre Quintanilha sustentou que os desafios do presente "são imensos, são globais, complexos e interdependentes" e "exigem uma sólida união de esforços e de recursos".

"Ou nos ajudamos mutuamente ou naufragamos todos juntos. É essa também a lição da pandemia. A emergência climática, as desigualdades obscenas, as novas e antigas doenças, a insegurança laboral, a transição demográfica e os conflitos armados não podiam ser mais evidentes", declarou.

O deputado independente do PS apontou em seguida que se prevê que dois terços das futuras doenças infecciosas sejam transmitidas dos animais ao homem.

"A escravatura atual é diferente e deixou de ser encapotada. As previsões apontam para alterações demográficas profundas com impactos desconhecidos na organização das sociedades. Precisamos de conhecimento, muito mais conhecimento, muito mais partilhado, e em todos os domínios. O digital vai ajudar, mas não chega", assinalou.

No plano estritamente político, Alexandre Quintanilha frisou que "a multiplicidade e diversidade de visões enriquece o debate democrático" e que "a nobreza da política está precisamente na defesa intransigente da confrontação de ideias".

"Mas também em conseguir agregar esforços para construir o tal mundo sustentável que todos desejamos. Sempre inspirada na empatia e na solidariedade, e guiada pelo conhecimento e pela coragem. Sim, essa coragem destemida que nos permite renascer todos os dias", afirmou.

Na sua intervenção, o deputado do PS começou por observar que, na sessão solene do 25 de Abril de 2020, já em pandemia de covid-19, "era impossível prever o ano difícil que se iria viver".

"A incerteza com que ainda nos confrontamos afeta-nos profundamente. São muitas as imagens de sofrimento que jamais esqueceremos. Mas hoje percebemos que as metáforas da mola e da luz ao fim do túnel não foram em vão. O crescente ritmo das vacinações e a progressiva responsabilização cidadã são reconfortantes", considerou.

A seguir, o cientista e professor universitário evocou a "determinação e ousadia daqueles que tornaram possível a conquista da liberdade e da autoestima dessa esmagadora maioria dos que sofriam a opressão dum regime baseado na perseguição, no medo e na falsidade".

"Foi exatamente há 150 anos, que em referência à data fatídica de 1545, Antero [de Quental] nos convoca para renascermos - cito - da morte moral que não invadira só o sentimento, a imaginação, o gosto: invadira sobretudo a inteligência dos povos peninsulares", referiu, numa alusão à inquisição.

De acordo com Alexandre Quintanilha, "esse renascer da esperança aconteceu no 25 de abril".

"Foram mais de quatro séculos de espera. E foi enorme esse momento", acentuou.

O deputado do PS salientou que os portugueses ganharam então "liberdade política".

"A desigualdade, exposta nas Novas Cartas Portuguesas, ainda não foi completamente eliminada, mas ninguém desistiu. Somos agora milhões a exigir a igualdade e a estendê-la à exuberante multiplicidade de identidades emergentes", acrescentou.

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 11:41

Rio diz que ou há reformas estruturais, ou "cordões sanitários" não vão impedir extremismos

O presidente do PSD, Rui Rio, disse este domingo que se tem verificado uma "incapacidade de levar a cabo as reformas que a evolução da sociedade nos impõe" e que a falta de "vontade e ambição política" para as levar a cabo estão na base dessas falhas. 

E Rio assegura que se essas reformas não forem feitas, "não será seguramente com cordões sanitários, nem com artigos de opinião radicais que venceremos os extremismos emergentes".

O líder do PSD disse ainda que as violações do segredo de justiça e as "investigações-espectáculo" são prova de uma "democracia está doente" e que a ineficácia da Justiça nacional é uma das principais razões do descontentamento nacional com a democracia.

"Se o atual sistema judicial não está capaz de se atualizar para responder aos justos anseios do povo português, então é evidente que a responsabilidade por o conseguir tem de passar pela esfera do poder político, que ao não o fazer passa a ser ele próprio responsável", avisou.


25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 11:30

Bloco lembra que conquistas de Abril "não são irreversíveis"

Beatriz Gomes Dias falou pelo Bloco de esquerda e afirmou que as conquistas de Abril "não são irreversíveis". A candidata do Bloco à Câmara Municipal de Lisboa avisou que se asssite ao "ressurgimento de forças populistas ou fascistas" e que os portugueses se devem mobilizar para defender a democracia.

A deputada bloquista disse ainda que é inaceitável que "a promessa de igualdade contida na Constituição de Abril seja mercadejada" e acrescentou ainda uqe a soberania do povo "não pode ser tornada propriedade de ninguém, nem tratada como mercadoria".

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 11:12

PCP: "Continuamos a luta centenária pelo direito ao trabalho"

Alma Rivera diz que cada pessoa que vive em Portugal é marcada pelas conquistas de Abril, incluindo o SNS e a escola pública. 

A deputada do PCP lembra que graças ao 25 de Abril os jovens já não têm de ir lutar para uma guerra além-mar.

E reforça que os que querem ou precisam de imigrar não precisam de o fazer "a salto" e que se ganhou o direito à greve e que as mulheres conquistaram tantos direitos que anteriormente lhe eram franqueados.

Pelo PCP, a deputada diz que a Constituição garante direitos que devem ser alienáveis, apesar de haver "quem os queira derrubar". 

"Somos nós quem determina o futuro", lembrando que "somos um rio que vai dar onde quiser", diz, citando Ary dos Santos, histórico comunista, lembrando que em Portugal já vivem os bisnetos daqueles que lutaram contra o fascismo e que beneficiam dos direitos conquistados pelos seus antepassados. 

"Continuamos a luta centenária pelo direito ao trabalho", referiu ainda Alma Rivera, afirmando que "o povo português precisa de um Estado ao seu serviço".

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 10:54

André Silva critica "captura" do país pelo "bloco central"

André Silva lembra que sob o jugo do Estado Novo, Portugal era um país "amordaçado", lembrando que um quarto das pessoas era analfabeta, que toda uma juventude foi mandada a lutar para o Ultramar. "Há 47 anos, este Portugal começou a ficar para trás", enalteceu o líder do PAN.

De acordo com o deputado, 47 anos depois, o Portugal de hoje é um "Estado de Direito Democrático", apesar de continuar "caputrado" pelos interesses do "bloco central".

PAN criticou ainda o paraíso fiscal da Madeira que permitiu a manutenção da "cleptocracia" no país, sempre "com o patrocínio" do "bloco central".

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 10:47

PEV diz que liberdade tem de passar pela "defesa da biodiversidade"

Mariana Silva, deputada pelo Partido Ecologista "Os Verdes", citou o poema de Jorge de Sena "A Cor da Liberdade" e o poema escrito por Sophia de Mello Breyner sobre o 25 de Abril, em que invoca o dia "inteiro e limpo". Apelou a que sejam reforçados os direitos à educação e saúde em nome do 25 de Abril. 

"Todos os dias devemos defender a Constituição", disse ainda Mariana Silva, acrescentando que a liberdade tem de passar pela "defesa da biodiversidade".

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 10:41

Ventura critica "branqueamento" por parte de Ivo Rosa

André Ventura criticou aqueles que se mostraram solidários com a morte de George Floyd, afirmando que os mesmos não se preocupam com a morte de idosos em Portugal.

O líder do Chega atacou ainda o juiz Ivo Rosa que acusa de "branquear a justiça".

André Ventura disse ainda que não vai desfilar na Avenida da Liberdade porque "precisamos de uma nova revolução".

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 10:36

Cotrim Figueiredo lamenta falta de hipóteses de jovens e critica "esquerda sectária"

João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, começou por lamentar a falta de oportunidades para os mais jovens, antes de criticar a "esquerda sectária" que acusa de se considerar "dona do 25 de Abril".

Os partidos do costume "repartem entre si os poderes" e "fogem do escrutínio", disse o líder da Iniciativa Liberal que criticou ainda o dinheiro canalizado para a TAP ao mesmo tempo que se verifica uma carga "histórica" de impostos.

O presidente da IL informou ainda uqe o partido vai estar presente na Avenida da Liberdade contra a vontade da "esquerda sectária"

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 10:33

Ferro Rodrigues: "Constituição garantiu estabilidade política"

"Neste dia, quero evocar todas e todos quantos, oriundos de projetos ideológicos tão distantes e quase incompatíveis, souberam convergir no essencial, elaborando e aprovando o ambicioso programa social, económico e político que foi a Constituição da República Portuguesa de 1976, cuja entrada em vigor aconteceu neste dia, há precisamente 45 anos. Uma Constituição que possibilitou uma grande multiplicidade de soluções de Governo e, mais que tudo, uma Constituição que garantiu estabilidade política", sustentou o presidente da Assembleia da República.

O presidente do parlamento defendeu depois que a Lei Fundamental tem sabido resistir à prova do tempo.

"É essa lição, plena de atualidade, e a experiência histórica da Assembleia Constituinte que hoje, num quadro de pandemia, quero e devo recordar, afirmando a importância de todos sermos parte da solução. Representando a diversidade e a pluralidade da sociedade portuguesa, é nossa obrigação honrar o legado dos constituintes, e das treze Legislaturas que se seguiram, ultrapassando bloqueios e traduzindo em lei as soluções para os problemas do país, e para os muitos, e cada vez mais exigentes, desafios com que nos deparamos e que teremos ainda pela frente", declarou o antigo líder do PS.

25 abr 2021 25 de abril de 2021 às 10:25

Ferro Rodrigues lembra as "marcantes realizações da democracia"

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, invoca o último ano como um de "combate" e lamenta o "reduzido número de deputados" no plenário nas cerimónias do 25 de Abril de 1974 devido às regras pandémicas. 

Enalteceu depois as conquistas de abril em vários campos, como na habitação social e na eletrificação do país. 

O presidente da AR consideoru ainda que "não há nenhuma crise que seja insuperável pelo Parlamento e pelo nosso sistema político", reforçando o papel dos partidos e do Parlamento para fazer cumprir a Democracia. 

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