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Falha total de rede adia diligências no Palácio de Justiça de Lisboa

Lusa 12 de maio de 2025 às 19:05

A equipa está a "analisar a origem da falha, visando a sua rápida resolução" e os serviços do Ministério têm "a forte expectativa" de que na terça-feira, ao início do dia", a situação esteja regularizada".

O Palácio de Justiça de Lisboa viveu hoje uma falha total da rede, impedindo o acesso à plataforma informática dos tribunais, telefones e internet e adiando diligências, segundo o Sindicato dos Funcionários Judiciais, que alerta para problemas persistentes.

Segundo informações do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) à Lusa, os problemas informáticos e de rede nos tribunais persistem, impedindo os funcionários judiciais de trabalhar devido a falhas que impedem o acesso aos sistemas.

Em resposta à Lusa, o Ministério da Justiça (MJ) confirmou uma falha "num equipamento da rede do Palácio de Justiça de Lisboa, registada às 13h30 e que tem impedido o acesso às aplicações e serviços internet desde então", tendo o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) deslocado uma equipa ao local.

A equipa está a "analisar a origem da falha, visando a sua rápida resolução" e os serviços do MJ têm "a forte expectativa" de que na terça-feira, ao início do dia", a situação esteja regularizada".

Segundo o SFJ, hoje no Palácio de Justiça foram adiadas 10 diligências nas instâncias central e local cível, ficaram por realizar seis videoconferências, a audição de um maior acompanhado não foi gravada no sistema e no juízo do trabalho, no âmbito do Ministério Público "algumas diligências foram realizadas 'offline', tendo os respetivos registos sido guardados em dispositivos físicos ('pen' USB)".

O SFJ reportou ainda falhas informáticas e lentidão no sistema em Almada, Alenquer, Barreiro e no Local Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça.

"Infelizmente, este tipo de ocorrências tem-se tornado recorrente, contribuindo para uma justiça intermitente, que ora avança ora paralisa, comprometendo o serviço público, o cumprimento dos prazos e o próprio respeito pelos profissionais da justiça", lamentou o sindicato.

Para o SFJ, a situação de hoje "mostra a fragilidade estrutural dos sistemas informáticos da Justiça", tendo o MJ dito, por seu lado, que "tem vindo a substituir os equipamentos informáticos existentes" e que aquele que falhou hoje no Palácio de Justiça em Lisboa "fazia parte do plano de renovação do parque informático".

O SFJ diz que o problema "afeta o trabalho, os prazos, os cidadãos e os próprios profissionais, que já lidam com tudo isto em cima do sobretrabalho diário".

"E o pior: não há qualquer sistema de alerta ou comunicação oficial imediata por parte da Direção-Geral de Administração da Justiça (DGAJ) ou do IGFEJ — somos nós, no terreno, a fazer de ‘sentinelas’".

Há uma semana, os funcionários judiciais já tinham alertado para falhas informáticas e de rede nos tribunais que impediam o normal funcionamento, tendo na altura o IGFEJ atribuído a falha ao operador único de rede nos tribunais, a MEO, que atualmente assegura a rede normal e a rede redundante.

No entanto, um dia depois, nova informação do IGFEJ apresentava um recuo a esta informação, dizendo que "a hipótese" de a falha ter origem "no circuito assente em fibra ótica" da MEO "não foi reconfirmada, mas também ainda não foi eliminada".

A nota dos serviços do MJ confirmava que desde o apagão elétrico de 28 de abril continuava a existir alguma instabilidade na rede de comunicações da Justiça, mas garantia não ter origem nas aplicações informáticas da Justiça.

"Não estando ainda identificada a origem e causa do problema, o IGFEJ, com apoio dos vários parceiros tecnológicos e operadores de comunicações, tem estado a analisar a situação procurando a sua rápida resolução", dizia o IGFEJ a 06 de maio.

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