Diário da trumplândia (antes e depois das eleições)
Vim para esta terra, a ler o Génesis no avião. Saio de cá convencido de que Deus e Trump são demasiado parecidos. Por causa de uma menor desobediência, de uma Eva que queria ser mais do que Eva.
Quarto dia – Véspera. Os trumpistas perceberam o valor da rádio. A rádio é um meio intimista, que se ouve enquanto se conduz, e que, mesmo conduzindo, pode-se ouvir com atenção e interesse. Acompanha-nos, viaja connosco, seja em grandes distâncias, seja em pequenas. Na trumplândia uma dessas rádios é a Patriot Radio, e os democratas patrocinam uma outra, mimética na forma, com temas diferentes, mas é muito mais pobre do que a Patriot Radio. Toda a propaganda republicana e os seus temas, a fronteira, a inflação, a decadência da América, a corrupção dos democratas, a começar na família Biden, o anti-woke, está por todo o lado. Comentadores que têm programas de sucesso na televisão, como Sean Hannity, falam com os ouvintes e a interacção é espelhar como nas redes sociais, só se ouve aquilo com que se concorda ou de que se gosta. Não há qualquer contraditório, num crescendo de agressividade. A Rádio Observador, que é também o resultado da atenção da direita por este media, está a milhas de sofisticação do que são estas rádios.
Diário da trumplândia (antes e depois das eleições)
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O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.