Sábado – Pense por si

Rui Hortelão
Rui Hortelão Director da SÁBADO
23 de março de 2016 às 08:00

A escolha de Lula da Silva e o que ela representa

Começa a ser frequente – e não só na América do Sul – a Justiça ser posta em causa sempre que atinge as elites. O justicialismo é hoje uma ameaça em qualquer sociedade, mas a cada caso como o de Lula da Silva fica evidente que não é nem a maior, nem a mais comum

Em 1988, Luiz Inácio Lula da Silva definiu o país que se propunha mudar: "No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia, mas quando um rico rouba, ele vira ministro." A frase ficou célebre e tem sido muito recordada nestes últimos dias. As razões são óbvias: quase 30 anos depois, milhões de brasileiros continuam pobres e dependentes do Estado, mas Lula da Silva, à luz das suas próprias palavras, parece ter deixado de ser quem era ou revelado quem sempre foi. No momento em que foi, definitivamente, cercado por suspeitas de corrupção – a ameaça ganhava dimensão há muito tempo –, o ex-Presidente brasileiro usou a cumplicidade da sua sucessora, Dilma Rousseff, para ser nomeado à pressa como ministro e, assim, garantir a imunidade que o mantivesse a salvo do juiz federal Sérgio Moro, que lidera o processo Lava Jato desde 17 de Março de 2014.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais