Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
07 de janeiro de 2020 às 09:00

O puro raciocínio de Licínio

O livro mais vendido na última década foi As 50 Sombras de Grey, de E.L. James. A obra não conta a história de um banco que pagava 2.000 euros à mulher do presidente para lhe dar estabilidade emocional

Entre 2016 e 2018, o crédito agrícola (CA) pagou 2.000 euros líquidos mensais a Maria Ascensão, a mulher do presidente do grupo, Licínio Pina, para que Maria proporcionasse "estabilidade emocional" ao marido no exercício do cargo. O pagamento foi entretanto suspenso, após uma polémica suscitada por cartas anónimas que incluiu a intervenção do Banco de Portugal. A controvérsia é indecente a vários títulos. Em primeiro lugar, a estabilidade emocional é nuclear no exercício de qualquer cargo de grande responsabilidade e de prestígio elevado. Preferiam que Licínio se dedicasse ao lenocínio? Um homem que se preze precisa de ter as camisas limpas e as ideias claras para se comprometer por inteiro com a profissão que escolheu (ou no caso do presidente do CA, que o escolheu a ele; este indivíduo é um predestinado).

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