Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
28 de março de 2021 às 10:00

As cuequinhas de Sharon Stone

Aos 63 anos, Sharon Stone está na paz dos anjos guerreiros. Foi sempre uma lutadora de voz firme, como Bette Davis nos anos 40 (sem o sindicalismo) e Jane Fonda nos 60 (sem a política). As feministas de 2021 devem detestá-la

JÁ VI A DOIS PALMOS, com estes olhos que a terra há-de comer, Di Caprio, Liv Tyler, Eva Herzigova, Simon Le Bon, Bruce Willis, Prince, Marion Cotillard. Mas além do sol e de Lauren Bacall aos 68 anos, numa visita da princesa regente do film noir a Troia em 1993, a única vez que observei uma estrela diurna foi quando vi Sharon Stone. Uma estrela tem um brilho ensurdecedor, proibido aos mortais, e uma qualidade intangível, que impele ao culto e ao sacerdócio. Nisso, Stone era – e é – igual a Carole Lombard, Grace Kelly, Kim Novak, ou a Nicole Kidman, antes de esta transformar o rosto num congresso de cirurgiões plásticos. A actriz estava numa conferência de imprensa em Cannes, era Maio de 1998. Sharon Yvonne Stone, olhos de azul Big Sur, o cabelo cor de trigo da Pensilvânia, apanhado como a hidra Catherine Tramell de Instinto Fatal, acabara de fazer 40 anos. Ao vivo, a três metros, continuava a despertar a temerosa cobiça dos homens e a agressiva inveja das mulheres.

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