Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
23 de julho de 2019 às 09:00

A ordem natural das coisas

O caderno de argumentos e o livro de estilo divulgados por Maria de Fátima Bonifácio no seu texto tem como objectivo chamar a atenção para uma necessidade urgente: a de repor a “ordem natural das coisas”. A ordem natural das coisas sempre foram o preconceito, a ausência de empatia e o repúdio pela diferença. Sejamos, pois, antinaturais

"A ORDEM NATURAL DAS COISAS" é a frase mais letal da língua portuguesa. Foi contra a ordem natural das coisas que se criou a ciência, a grande literatura, a medicina, os direitos humanos e, sim, a política, em todas as suas infinitas ambivalências. A ordem natural das coisas é perigosa porque ela simplesmente não existe. Os princípios antigos da causalidade levaram um violentíssimo abanão com a física de partículas. Reduzida à dimensão essencial da mecânica quântica, a realidade é mais parecida com a metafísica ou a magia do que com noções newtonianas de "ordem" ou lógicas kantianas de "natureza". A consciência, apesar de todas as fenomenologias, permanece um mistério. A "ordem natural" que antecedeu o Big Bang e a consequente rápida expansão do Universo mantém-se um enigma.

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