Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
12 de maio de 2021 às 20:00

A paródia do Zmar e os direitos humanos

Com a queda do BES, em 2014, o Novo Banco vendeu o Zmar por tuta e meia a um fundo-abutre e, agora, na insolvência, trava-se uma guerra de gente da mesma extração, basicamente vampiros de dinheiro fácil, gerado e pago pelo suor alheio. Têm pena dos senhores do Zmar? Eu não tenho.

A hipocrisia não tem tido limites no debate público sobre a situação social e sanitária em Odemira. O primeiro-ministro reconheceu o óbvio em relação ao que se passa em Odemira e disse que existe ali uma "grave violação dos direitos humanos", concretizada na exploração das condições de trabalho e habitação de milhares de imigrantes, mas não teve muito sucesso com a sua denúncia. Uma parte significativa do País, real, político e mediático, incomodou-se mais com outros direitos do que com os direitos humanos dos imigrantes. Ficou-se pelos direitos de superfície de uns quantos proprietários de casas palafíticas no parque de campismo e caravanismo conhecido por Zmar. Como exemplo de mobilização cívica pela defesa de direitos humanos, a mais substantiva das causas, a par do direito à vida, deixa um reflexo terrível de cinismo e insensibilidade social em relação a uma larga faixa da sociedade portuguesa.

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