Não tenhamos ilusões. Nenhum país aguenta tanto tempo parado, muito menos Portugal, que tem uma economia débil, vínculos laborais muito precarizados, uma grande fratura social e económica e níveis de rendimento individual que estão na cauda da Europa
Uma das características da crise que vivemos é a radical modificação do tempo histórico. O passado recente parece que foi há décadas e o presente vive-se a uma velocidade insustentável. Para já não falar naquilo que hoje se pode considerar futuro. O futuro que queremos é depois de amanhã, já não é no sentido clássico de ser um tempo projetado muitos anos, décadas à nossa frente. Quem se lembra do que aconteceu em fevereiro? Alguém se lembra do que se discutia na política caseira? Vagamente a incerteza de ver viabilizado o Orçamento do Estado e de ter uma crise política pela frente. Muito vagamente a eutanásia e as guerras de alecrim e manjerona entre a direção do Livre e a deputada Joacine Moreira. O Luanda Leaks e uma frente de esquerda parlamentar contras as comissões da banca. Mas, para chegar lá, é necessário pesquisar um pouco. Instantaneamente, apenas ficaram as penas de Isabel dos Santos. Enfim, era o tempo antes de coronavírus, o novo A.C. do nosso calendário. Mas isso era em fevereiro. Alguém se lembra que foi no dia 2 de março que a OCDE publicou as suas primeiras previsões sobre os efeitos da pandemia e para os cenários que elas apontavam? Na realidade, já passou uma eternidade.
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Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres