Quis o destino, useiro e vezeiro a pregar-nos partidas, que umas eleições, convocadas e realizadas em condições muito especiais, coincidissem no tempo com o período pré-eleitoral para as legislativas antecipadas na República, baralhando ainda mais os debates e as trocas de ideias, e ameaçando lançar por terra certezas e ideias feitas de políticos, ideólogos do regime, filósofos sociais e outro tipo de autoridades na matéria. Falo do escrutínio na Madeira, naturalmente, que se realizou domingo passado e onde o eleitorado regional decidiu brindar Miguel Albuquerque com uma virtual maioria absoluta, com a junção do único eleito do CDS aos 23 deputados do PSD. A única sondagem feita na região até tinha deixado essa possibilidade em aberto, num estudo que se revelou certeiro. Isso, porém, não reduziu a surpresa que se sentiu nalguns quadrantes políticos e jornalísticos.