É nos tempos de maior incerteza e instabilidade que os povos se viram para o passado e se refugiam na procura das suas origens. Tudo se passa como se a angústia do presente nos remetesse para o estudo e conhecimento mais aprofundado das raízes coletivas. Olhamos para trás e buscamos o conforto dos nossos valores mais ancestrais e duradouros, dos temas partilhados, das palavras e das narrativas que enformaram a nossa existência comum, daquilo que vem do fundo dos tempos e que nada consegue pôr em causa, precisamente porque constitui um património mais forte do que cada um de nós, individualmente considerado. No meio dos acidentes de percurso que nos fazem duvidar das razões da existência, há sempre o farol dos antepassados para criar um chão que todos pisamos e partilhamos.