Sábado – Pense por si

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes Jornalista
25 de junho de 2018 às 09:00

Mais um ano de dinheiro muito barato

O triunfo da previsibilidade de Mario Draghi - a quem os portugueses começam a dever o nome de uma avenida - continua a fazer história. Neste triunfo está a garantia de não mexer nos juros até pelo menos daqui a um ano - uma garantia com vários impactos em Portugal

Os banqueiros centrais são mestres da palavra. O objectivo do discurso calibrado ao milímetro de um homem como Mario Draghi - a quem os portugueses ficam a dever o nome de uma avenida - é evitar surpresas que agitem o espírito dos animais, é pastorear os investidores pelo trilho seguro. É, em suma, triunfar pela previsibilidade. E o início deste mês trouxe um enorme triunfo da previsibilidade: Draghi disse que o programa de estímulos à economia da zona euro vai acabar até ao fim deste ano e não houve efervescência nos mercados. Foi assim porque até poder dizer isto o presidente do Banco Central Europeu foi dando sinais, colocando pinos no caminho. E foi assim porque quando anunciou a retirada dos estímulos deu logo novos sinais: só em meados do próximo ano, Verão adentro, planeia o BCE mexer nas taxas de juro historicamente baixas.

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