Sábado – Pense por si

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes Jornalista
02 de julho de 2018 às 09:00

O impacto político de menos bebés

A natalidade baixa não é só um problema económico - é, também, parte do arsenal populista. O inevitável, e moralmente justo, recurso à imigração deve obedecer a um modelo bem pensado - e não deveria relegar para um plano residual uma nova ambição nos incentivos à natalidade.

A forma comum de pegar em Portugal no tema da baixíssima natalidade é pelo ângulo das consequências económicas e no Estado Social. Foi isso que fiz nesta coluna (e noutra, no Negócios) em Fevereiro passado. A ligação é imediata: menos bebés hoje são menos trabalhadores amanhã, ou seja, menos economia e menos dinheiro a entrar nos cofres da Segurança Social e do Estado, ao mesmo tempo que sai mais dinheiro para a Saúde e para as pensões. Mesmo com ganhos de produtividade pelo caminho, que mitiguem o impacto económico, este raciocínio simples é consensual entre economistas. Mas o ângulo económico não é o único deste problema. A queda abrupta da natalidade tem um impacto potencialmente disruptor, e por aqui menos notado, noutra esfera: a política.

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