Sábado – Pense por si

Sofia V. Martins
Sofia V. Martins Terapeuta e Coach
09 de agosto de 2017 às 11:54

Quando a intolerância nos sufoca

"A verdade é que andamos todos muito reativos, prontos para a “guerra”. Com muito pouca fé nas intenções uns dos outros. Ao fim e ao cabo, com pouca fé na Humanidade"

Ontem, a estacionar, toquei sem querer no carro detrás. Foi um toque tão pequeno que mais parecia um beijinho. De imediato surgiu a dona do carro, zangadíssima comigo. Expliquei-lhe ter sido um toque ao de leve, que calculava que visto à distância parecia pior mas não tinha mesmo sido nada, como ela própria pôde comprovar. Pedi-lhe desculpa porque, como é óbvio, bater nos carros para arrumar o nosso não é sistema. Mas quem nunca o fez? Falei-lhe com toda a calma. Senti-a em conflito. Estava claramente pronta para me atacar, mas o meu tom de voz ou a forma como falei, se por um lado a acalmou, por outro, fê-la sentir-se desconfiada. Como se não fosse possível resolver aquela situação de outra forma que não aos berros. Acabou por ir-se embora, dizendo-me algo antipático, mas em tom ligeiro. Talvez para ficar com a sensação de que não fora vencida. Ou ser considerada fraca por não ter dito, feito ou acontecido algo.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.