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Ao garantir a aprovação do Orçamento, garante-se também que a legislatura seguirá em frente, pelo menos mais um ano e meio. Se o país perde ao prolongar as políticas de direita deste Governo, ganha-se tempo para tornar mais óbvio o fracasso destas políticas e para o PS se renovar.
O governo encerrou as negociações sem acordo para o Orçamento do Estado. Isso permite que a viabilização do Partido Socialista, justificada apenas pelo pouco tempo decorrido desde que o Governo tomou posse, não represente qualquer apoio às políticas nele vertidas. Não se perspetivando um voto favorável nem sequer do CHEGA ou da Iniciativa Liberal, este Orçamento é, por isso, da exclusiva responsabilidade do Governo, que se encontra absolutamente sozinho e fragilizado na sua defesa.
Tudo isto são matérias que importam ser corrigidas nas longas maratonas de votações que a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública terá no final de novembro. Sem colocar em risco o equilíbrio orçamental, o Partido Socialista deve, de forma responsável, apresentar propostas que tentem tornar o Orçamento um bocadinho melhor – ou, pelo menos, um bocadinho menos danoso. Afinal de contas, uma Oposição não serve apenas para escrutinar, reclamar e discordar. Serve também – eu diria mesmo, sobretudo - para propor alternativas que possam deixar o país melhor, sob pena de considerarmos todos os votos nos partidos de oposição inúteis. Só assim poderá o PS mostrar que tem soluções melhores que as do Governo.
Ao garantir a aprovação do Orçamento, garante-se também que a legislatura seguirá em frente, pelo menos mais um ano e meio. Se o país perde ao prolongar as políticas de direita deste Governo, ganha-se tempo para tornar mais óbvio o fracasso destas políticas e para o PS se renovar. Além disso, há seguramente muito trabalho legislativo importante que, deste modo, não fica parado. Os deputados não podem passar a ser apenas agentes de campanha eleitoral e não faltam assuntos sobre os quais nos debruçarmos.
A discussão orçamental devia convidar-nos a refletir sobre a forma como algumas áreas não podem estar sujeitas a ciclos anuais de financiamento ou, pior, aos ciclos políticos instáveis e que lhes podem dar maior ou menor importância. Em matérias de defesa, por exemplo, o país optou por uma ferramenta – muito usada noutras geografias – de planeamento e aprovação plurianual de investimentos, a Lei de Programação Militar. Ainda que se debata com os mesmos desafios de contratação pública que todos os outros investimentos, esta ferramenta protege as forças armadas do regateio orçamental e permite-lhe ter recursos para se ir continuamente renovando.
Com o PRR todo já contratualizado e os fundos comunitários cada vez mais escassos, é necessário que alarguemos esta ferramenta a outras áreas de política. Exemplo disso é a cibersegurança. No dia 10 de outubro, a AMA foi alvo de um ataque informático que deixou vários serviços inoperacionais e comprometeu as credenciais de acesso a muitos milhares de cidadãos. O Estado fez, através do PRR, avultados investimentos para reforçar as suas capacidades de cibersegurança. Se queremos ser capazes de prevenir e combater este tipo de ataques no futuro, a aprovação de uma Lei de Programação da Cibersegurança seria um bom legado para uma legislatura tão caótica, incerta e fragmentada.
Em 2022, um artigo científico comparou 441 estimativas de 42 diferentes estudos. A sua conclusão foi de que não podem rejeitar a hipótese de uma descida de IRC não ter impacto no crescimento. Isto quer dizer que, mesmo depois de 441 estimativas, não podemos ter a certeza que exista.
Por todo o Estado, há sinais de escassez gritante de pessoal. Faltam dois mil guardas prisionais. Já na carreira de enfermaria faltam 20 mil profissionais. A isto poderíamos somar a falta de médicos no SNS.
Governo perdeu tempo a inventar uma alternativa à situação de calamidade, prevista na Lei de Bases da Proteção Civil. Nos apoios à agricultura, impôs um limite de 10 mil euros que, não só é escasso, como é inferior ao que anteriores Governos PS aprovaram. Veremos como é feita a estabilização de solos.
Estou farto que passem por patriotas aqueles que desfazem e desprezam tudo o que fizemos, tudo o que alcançámos e, sobretudo, tudo o que de nos livrámos – a miséria, a ignorância, o colonialismo.
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."