Se os círculos de transmissão forem círculos abertos, o vírus circula livremente através da população. Se forem fechados, a circulação do vírus para. Sem ser necessário confinamento!
A disseminação incontrolada do vírus SARS-CoV-2, com as consequências desastrosas que todos conhecemos, não é uma fatalidade impossível de evitar! Nem o confinamento férreo, que atira inúmeras famílias para a miséria e coloca o país na senda da ruína, é a única forma de controlar a disseminação do famigerado vírus.
O princípio chave para o controlo de uma pandemia é o grau de abertura do círculo de transmissão do agente infeccioso em que se insere cada indivíduo. Ou seja, cada indivíduo está inserido num círculo de pessoas através das quais o agente infeccioso pode circular livremente, e o grau de abertura desses círculos determina a disseminação da doença na população. No caso da COVID-19, o círculo de transmissão do vírus de um indivíduo são as pessoas com quem este se relaciona sem cumprir os 3 princípios-barreira: máscara, distanciamento, e desinfeção das mãos. Mas aquele que conta verdadeiramente é a máscara, pois é esta a grande barreira à saída do vírus das vias respiratórias de um positivo, que baixa drasticamente a contaminação do ar e objetos, e logo o contágio.
Se os círculos de transmissão forem círculos abertos, o vírus circula livremente através da população. Se forem fechados, a circulação do vírus para. Sem ser necessário confinamento, note-se!
Clarificando como funcionam os círculos de transmissão abertos. Por exemplo, uma pessoa convive diariamente, sem máscara, com o seu cônjuge e com dois colegas do trabalho com quem almoça, ou seja, está integrada num círculo de transmissão de 4 pessoas. Parece ser algo pequeno e controlado. Mas se pensarmos que o seu cônjuge também almoça com dois colegas no trabalho, e que cada um dos 2+2 colegas com que marido e mulher almoçam têm cônjuges que também almoçam com colegas seus nos seus trabalhos, e assim sucessivamente, compreendemos que, de facto, todos estão em círculos abertos que permitem a livre circulação do vírus. Se alguém contrai o vírus, e como este demora a provocar sintomas, se é que os provoca, existe uma probabilidade muito grande de o indivíduo positivo passar o vírus aos colegas com quem almoça, que o passam aos seus cônjuges, que o passam aos colegas respetivos e assim sucessivamente. Foi assim, nos almoços, pausas para café e momentos de fumar, que o vírus circulou alegremente em Portugal, aproveitando-se do facto de não ter havido qualquer alerta sobre o elevadíssimo risco dessas situações.
Como é então óbvio, com círculos abertos não há barreiras à circulação do vírus e ele vai-se disseminando silenciosamente na população, aparecendo aqui e ali sintomas que originam confinamentos associados, mas a circulação do vírus vai muito à frente, devido aos períodos de incubação e aos assintomáticos. Como a circulação aumenta em progressão geométrica, quando começa a surgir um número inquietante de casos graves, já a incidência do vírus na população é tal que a sua propagação e manifestação é incontrolável, e há que confinar! É o efeito bomba-relógio, já bem conhecido desde as primeiras vagas, mas que não originou grandes aprendizagens!
O que acontece se os círculos forem fechados? Entenda-se círculo fechado por um conjunto de pessoas que só se relaciona sem máscara nesse mesmo exato conjunto de pessoas. Ou seja, ninguém desse círculo se relaciona sem máscara com qualquer pessoa fora do círculo. Se os círculos forem fechados, o vírus não entra. E, se por acaso já tivesse entrado antes de o círculo se tornar fechado, ou entrar por algum contacto acidental de algum dos seus membros, o vírus não passa além daquele círculo. Morre ali. Se os círculos de transmissão forem fechados, a incidência do vírus cai a pique. É o que acontece com o confinamento total, este fecha os círculos de transmissão. Mas o fecho dos círculos de transmissão pode ser conseguido sem confinamento, basta explicar às pessoas como fazê-lo.
Utilizando uma analogia, a circulação do vírus na população funciona como um sistema de vasos comunicantes. Os vasos ou recipientes são as famílias ou núcleos de co-habitantes, os círculos de transmissão, e as comunicações são os contactos externos sem máscara. Se estes forem frequentes e diversos, o vírus flui rapidamente entre as famílias, tal como qualquer líquido entre os diferentes compartimentos de um sistema de vasos comunicantes.
A velocidade de circulação do vírus depende do grau de abertura dos círculos de transmissão, em termos de nº de contactos exteriores ao círculo, e frequência temporal destes, e é essa situação que tem que ser controlada e devidamente explicada às pessoas. Se o fecho dos círculos de transmissão for devidamente controlado, pelo uso de máscara em todo e qualquer relacionamento fora de um grupo restrito e fechado de pessoas, não há motivo para ser necessário confinamentos.
O que tem que ser dito às pessoas é que cada um de nós e o seu círculo fechado é uma arma mortal contra o vírus! A atitude da cada um e do seu círculo tem de ser: se o bicho chegar aqui, daqui não passa! Vai morrer aqui! Não vai matar mais ninguém! No limite, se isto fosse feito por todos, o vírus desapareceria em poucas semanas! Extinguir-se-ia pura e simplesmente!
O que tem que ser feito, portanto, não é tratar as pessoas como indigentes, impondo ordens e comportamentos absurdos que limitam a sua liberdade e matam a economia, para se atingir o fecho dos círculos de transmissão de forma indireta e muitas vezes ineficaz. O que deve ser feito é explicar simplesmente, de forma clara, que cada pessoa, em sintonia com os respetivos familiares e co-habitantes, tem que fechar o seu círculo de relacionamentos sem máscara - totalmente ou num nível dependente da avaliação do risco de cada momento. E que esse comportamento salva vidas, salva famílias da miséria e salva o país da ruína.
O momento é de reflexão se queremos sair do buraco profundo em que caímos e passar a controlar a pandemia, em vez de ser controlados brutalmente por ela!
Se os círculos de transmissão forem círculos abertos, o vírus circula livremente através da população. Se forem fechados, a circulação do vírus para. Sem ser necessário confinamento!
A situação pandémica em Portugal é dramática e ainda vai no adro a terceira vaga. Quando a explosão de casos que tivemos agora em Janeiro chegar ao ponto de rebuçado, vamos ver a mortalidade disparar para valores ainda mais estarrecedores.
Qual a relevância do contágio entre crianças, adolescentes e jovens - a primeira idade, para os números da pandemia, e para uma das questões centrais que ela nos coloca, a proteção dos grupos de risco?
Esta pandemia tem-nos brindado com a mais requintada irracionalidade e logro generalizado por parte das autoridades sanitárias e políticas! Como se não estivesse em jogo a vida de muitos, em sentido literal e económico!
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