O peso da guerra: impacto psicológico das notícias sobre conflito armado
Pessoas que são constantemente expostas a notícias de catástrofes, violência e morte podem entrar num círculo vicioso de avaliações negativas que, por sua vez, levam a sentimentos negativos.
Se ligou a televisão nas últimas semanas, então já foi, certamente, inundado com notícias sobre crimes, catástrofes naturais e/ou conflitos armados. A escalada das guerras na Ucrânia e em Gaza são o foco central da maior parte dos noticiários, expondo imagens violentas e explícitas que retratam o sofrimento atroz de quem perdeu tudo. Se não assistimos à televisão, o mais provável é que acedemos a esta informação através de revistas, jornais e redes sociais.
Independentemente do formato adotado, certo é que, ao longo do dia, são apresentadas, sistematicamente, imagens de dor coletiva ou imagens perturbadoras de ferimentos ou dos cadáveres que agora ocupam as ruas das cidades afetadas. A mágoa e a dor permeiam este conteúdo e, dificilmente, ficamos indiferentes a este.
Deparados com a natureza negativa e lúgubre das notícias que correm, muitos de nós opta por desligar a televisão ou por mudar para um canal de entretenimento. Isto não é sinal de indiferença ou de apatia face ao sofrimento dos outros; mas, a verdade é que a última coisa que queremos ou precisamos, ao fim de um dia cansativo de trabalho, é assistir à desgraça e morte de outras pessoas, num contexto bélico. O conteúdo sombrio e brutal das filmagens causa, não raras vezes, fadiga ou até mesmo ansiedade nos visualizadores, pelo que o evitamento deste tipo de conteúdo é uma defesa compreensível. Aliás, por detrás destas respostas poderão estar fenómenos psicológicos que devem ser cuidadosamente considerados.
Para melhor compreender o modo como estas notícias afetam o nosso bem-estar psicológico, será necessário decifrar a forma como tendemos a processar informação stressante. De acordo com a Teoria da Avaliação Cognitiva, quando as pessoas são expostas a conteúdo stressante, este é, em primeiro lugar, avaliado e, mediante esta avaliação, é espoletada uma reação emocional. Esta avaliação pode ocorrer em duas partes, designadamente através de uma avaliação primária, onde é determinada a importância do stressor (a sua severidade e relevância); e através de uma avaliação secundária, que determina a nossa capacidade de lidar com este. Quando nos deparamos com uma notícia que retrata conteúdo traumático, tendemos a avaliar a severidade do conteúdo, a forma como este nos afeta diretamente e o nosso grau de controlo em relação a este (se podemos agir para o alterar).
Pessoas que são constantemente expostas a notícias de catástrofes, violência e morte podem entrar num círculo vicioso de avaliações negativas que, por sua vez, levam a sentimentos negativos. A agravar a situação, pessoas com níveis elevados de ansiedade ou sintomatologia depressiva tendem a focar-se mais em informação negativa, agravando o impacto que notícias desta índole têm no seu bem-estar psicológico. Quanto mais relevante for o conteúdo para a pessoa, maior o impacto sentido.
Em casos extremos, a exposição persistente a notícias de guerra e dor coletiva pode levar ao desenvolvimento de sintomatologia traumática, onde falamos de fenómenos psicológicos como a "Traumatização Secundária", a "Fadiga por Compaixão", ou a "Traumatização Vicariante". Apesar de diferirem ligeiramente entre si, todos estes conceitos remetem para consequências negativas da exposição a vítimas de experiências traumáticas ou a material traumático, efeito este associado a sintomas traumáticos, de depressão e de ansiedade. Neste sentido, estudos realizados após o 11 de setembro de 2001 concluíram que muitas das pessoas que assistiram a reportagens do evento desenvolveram respostas emocionais intensas e com declínio no bem-estar.
Reconhece-se, porém, que nem toda a gente é afetada negativamente por este tipo de notícias, o que se deve, primariamente, a diferenças individuais, relacionadas com a personalidade e com as estratégias de enfrentamento de stress que cada um de nós tem, não sendo, necessariamente, uma questão de frieza.
O que é certo é que o nosso consumo de notícias referentes às guerras e a outras tragédias deve ser moderado e limitado ao necessário para que consigamos manter um conhecimento atualizado sobre o mundo. Assim, não se nega que o acesso a informação sobre estes conflitos é fundamental para que possamos delinear opiniões informadas sobre o papel dos envolvidos e para que, tanto quanto possível, possamos tomar posições ou ajudar os mais afetados. No entanto, devemos sempre ponderar sobre o impacto que a exposição constante a este conteúdo tem no nosso bem-estar psicológico.
Gerir o tempo que passamos a ver notícias ou optar pela leitura de revistas ou jornais poderá ser uma alternativa fiável, uma vez que nos permite aceder a informação compreensiva sobre o mundo, mas relativamente doseada quanto ao conteúdo gráfico, mórbido e marcante que a televisão, muitas vezes, apresenta e que, indiretamente, nos torna uma vítima do conflito retratado.
Se sente que as notícias estão a afetar a sua saúde mental, não hesite em procurar ajuda.
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