O uso de redes sociais e a partilha de dados pessoais, por parte de adolescentes (e, por vezes, crianças), se não forem cuidados, podem ser altamente perigosos, tornando estes jovens vulneráveis a contactos que podem pôr em causa a sua segurança física, psicológica e sexual.
As redes sociais são um elemento insétil da nossa vida quotidiana. Ao acordar, podem estar na base de uma das primeiras ações que adotamos: abrimos uma plataforma, seja oInstagram,TikTok, ouX/Twitter, asseguramo-nos que não perdemos nada nas últimas horas que passámos a dormir e apenas depois desta verificação damos início ao nosso dia. Para adolescentes, cuja vida social constitui parte central do seu estádio desenvolvimental, este contacto constante com os pares é apaziguador, proporcionando um canal de comunicação com pessoas da mesma idade e com os mesmos interesses. As redes sociais oferecem funcionalidades que permitem a documentação de todos os aspetos da nossa vida, funcionalidades estas que muitos jovens não hesitam em utilizar, expondo a sua vida privada a conhecidos e, mais arriscadamente, a desconhecidos.
Nos primórdios da internet, os seus utilizadores eram frequentemente acautelados a não partilharem dados pessoais. Era apelada cautela no contacto com terceiros, com recomendações como "nunca partilhem o vosso nome ou local onde vivem com pessoas na internet", não fossem estes estranhos perigosos. Hoje em dia, essas recomendações são meras lembranças de um passado distante e raras são as pessoas que não compartilham informação altamente pessoal nas suas páginas.
Não iremos fingir que a utilização de redes sociais é totalmente malévola, ou que qualquer partilha das nossas vidas terá, obrigatoriamente, consequências nefastas na nossa segurança ou privacidade. No entanto, argumentamos que o uso de redes sociais e a partilha de dados pessoais, por parte de adolescentes (e, por vezes, crianças), se não forem cuidados, podem ser altamente perigosos, tornando estes jovens vulneráveis a contactos que podem pôr em causa a sua segurança física, psicológica e sexual.
Com efeito, sabemos que o principal método adotado por abusadores sexuais para entrar em contacto com crianças ou jovens desconhecidos, nos dias que correm, é através da internet, nomeadamente através das suas páginas nas redes sociais. A possibilidade de envio de mensagens privadas facilita o contacto direto entre agressores e vítimas, que pode envolver assédio sexual imediato ou que pode passar, inicialmente, por um contacto amigável e "inocente", que evolui, posteriormente, para a criação de oportunidades de contacto presencial, onde o abuso é efetivamente perpetrado. Este fácil acesso a potenciais vítimas não é ajudado pelo crescente número de páginas onde estas crianças e jovens são apresentados, em vídeo, de forma hipersexualizada, e onde se torna crescentemente difícil diferenciar um pré-adolescente ou adolescente de um adulto pela forma como estes falam ou se comportam. Por mais perturbador que seja, não é difícil, assim, encontrar vídeos de jovens pré-puberes ou adolescentes a realizar gestos sedutores, mordendo os lábios, metendo a língua para fora ou a dançar ao som de música cuja letra tem fortes conotações sexuais.
A agravar a situação, por vezes, não são as crianças a publicar este conteúdo: os seus pais, inocentemente, podem publicar vídeos desta índole nas suas páginas por acharem "piada" a estes comportamentos que, a seu ver, não são problemáticos. Porém, se qualquer pessoa pode aceder a estes vídeos, agressores sexuais também o podem fazer.
Quanto aos jovens, é certo que a exposição precoce aos media alterou o modo como compreendem e experienciam a sexualidade e as relações afetivas e sexuais. E a realidade é que a facilidade de acesso a conteúdo sexual explícito, na ausência de pensamento crítico, pode levar a uma distorção ou idealização da sexualidade e pode até levar a um aceleramento do processo de desenvolvimento infantil e transição para a adultez. Por outro lado, a internalização precoce da sexualidade contribui para a construção de ideais de beleza irrealistas, levando a insatisfação com o próprio corpo, culpa e mal-estar psicológico e emocional. A sexualização virtual das crianças também pode servir de base a estereótipos de género, onde a mulher é definida pela sua desejabilidade sexual, enquanto vulnerabiliza quem cria este conteúdo à possibilidade de assédio, bullying ou violência de género.
Não se pretende indicar que a expressão da sexualidade não contribui para a libertação sexual das pessoas, sobretudo das mulheres, cuja expressão sexual, tem sido, historicamente, vista com desdém ou repulsa. A liberdade para expressar livremente a sexualidade é, na verdade, saudável e constitui uma fonte de empoderamento pessoal. Também não se procura indicar que essa expressão não deve ser feita online: as redes sociais são, como já foi afirmado, uma potente ferramenta de disseminação de informação e um importante facilitador do estabelecimento de relações interpessoais, proporcionando, para muitos, um espaço seguro onde se pode desenvolver a identidade sexual ou de género, sobretudo para grupos minoritários como é o caso da juventude LBGTQIA+.
Contudo, é importante deixar que o desenvolvimento sexual dos jovens ocorra no seu tempo e que as redes sociais sejam usadas por estes com cautela e de forma crítica, não só em relação ao conteúdo disseminado, como ao potencial público que a ele irá aceder. Quem sabe, esse público pode não estar a procurar empoderar sexualmente os jovens, mas antes aproveitar-se desta expressão sexual para satisfazer as suas próprias necessidades libidinosas.
A hipersexualização das crianças e adolescentes nas redes sociais
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