Já toda a gente percebeu que o sucesso empresarial de Luís Montenegro se deve aos seus contactos pessoais e políticos, e não aos seus dotes de advogado, mas qualquer sofrível jurista sabe que o primeiro-ministro não tem a menor hipótese de ganhar o processo judicial que moveu contra os cartazes do Chega. Mesmo num país com leis de difamação arcaicas e obsoletas como é o nosso, a liberdade de expressão política é especialmente protegida pela nossa jurisprudência, que espelha a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que consagra a crítica política, mesmo hiperbólica e injusta, como um direito fundamental.