Não tenha pena de Le Pen. A condenação da líder da extrema-direita francesa, esta segunda-feira, num tribunal de Paris é inteiramente justa. O processo deixou claro que Marine Le Pen e a sua União Nacional abocanharam 4,1 milhões de euros em salários pagos pelo Parlamento Europeu para assessorias aos deputados e usaram-nos, em vez disso, para dar emprego a funcionários partidários e animadores de campanhas eleitorais. Em resumo, puseram os contribuintes europeus a pagar a sua máquina partidária – uma óbvia fraude. O tribunal não foi meigo: quatro anos de prisão, dois dos quais terão mesmo de ser cumpridos em sistema de vigilância eletrónica, uma multa de 100 mil euros e, a pena mais polémica, dadas as sondagens que a davam como favorita às próximas Presidenciais, uma inelegibilidade de cinco anos.