Sábado – Pense por si

Gil Prata
Gil Prata
29 de março de 2020 às 19:50

Reviravolta em Tancos?

"A realidade, por vezes, consegue ser mais surpreendente do que a ficção. Os factos agora denunciados permitem admitir que o que julgava ser ficção e que narrei num texto anterior estará mais próximo da realidade do que a narrativa ficcionada da acusação."

Segundo notícia da Radio Renascença, de 16 de marco, um dos arguidos militares do "caso Tancos" requereu a ilegalidade de todo o processo e fundamenta exaustivamente esse pedido. Significa que, imediatamente antes de este caso ir para quarentena, um dos arguidos juntou ao processo a denúncia de numerosas ações e omissões de procuradores do Ministério Público (MP), titulares da investigação, e de inspetores da Polícia Judiciária (PJ) a quem tinha sido delegada a atividade investigatória, que poderão configurar crimes, precisamente o mesmo tipo dos que são imputados aos investigadores militares e em razão  dos quais, recorde-se, esteve o diretor-geral da Polícia Judiciária Militar preso preventivamente durante alguns meses. Felizmente, acórdão da Relação de Lisboa corrigiu a ilicitude desta prisão decidida por um juiz de instrução com base na promoção dos procuradores do MP. Curiosamente, estes serão responsáveis, se se vier a confirmar a denúncia agora apresentada, pelo cometimento de atos ou omissões mais gravosas do que os que são imputados aos investigadores militares arguidos neste processo.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
No país emerso

Justiça para José e Nívia Estevam

A resposta das responsáveis escola é chocante. No momento em que soube que o seu filho sofrera uma amputação das pontas dos dedos da mão, esta mãe foi forçado a ler a seguinte justificação: “O sangue foi limpo para os outros meninos não andarem a pisar nem ficarem impressionados, e não foi tanto sangue assim".

Os portugueses que não voltaram

Com a fuga de Angola, há 50 anos, muitos portugueses voltaram para cá. Mas também houve quem preferisse começar uma nova vida noutros países, do Canadá à Austrália. E ainda: conversa com o chef José Avillez; reportagem numa fábrica de oxigénio.