"A realidade, por vezes, consegue ser mais surpreendente do que a ficção. Os factos agora denunciados permitem admitir que o que julgava ser ficção e que narrei num texto anterior estará mais próximo da realidade do que a narrativa ficcionada da acusação."
Segundo notícia da Radio Renascença, de 16 de marco, um dos arguidos militares do "caso Tancos" requereu a ilegalidade de todo o processo e fundamenta exaustivamente esse pedido. Significa que, imediatamente antes de este caso ir para quarentena, um dos arguidos juntou ao processo a denúncia de numerosas ações e omissões de procuradores do Ministério Público (MP), titulares da investigação, e de inspetores da Polícia Judiciária (PJ) a quem tinha sido delegada a atividade investigatória, que poderão configurar crimes, precisamente o mesmo tipo dos que são imputados aos investigadores militares e em razão dos quais, recorde-se, esteve o diretor-geral da Polícia Judiciária Militar preso preventivamente durante alguns meses. Felizmente, acórdão da Relação de Lisboa corrigiu a ilicitude desta prisão decidida por um juiz de instrução com base na promoção dos procuradores do MP. Curiosamente, estes serão responsáveis, se se vier a confirmar a denúncia agora apresentada, pelo cometimento de atos ou omissões mais gravosas do que os que são imputados aos investigadores militares arguidos neste processo.
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