Sábado – Pense por si

Suécia. Sangue, gangues e (muito) medo na sociedade perfeita

Luís Francisco 28 de janeiro de 2023 às 18:00

A onda de violência agravou-se desde o final de 2022. Tiroteios e ataques com explosivos tornaram-se quase banais em alguns bairros das grandes cidades do país, num caldo de desigualdades, exclusão e desconfiança em relação aos imigrantes que alimenta o crime organizado e a extrema-direita.

Na noite de 28 de fevereiro de 1986, o primeiro-ministro sueco, Olof Palme, foi assassinado a tiro numa rua de Estocolmo. A onda de choque que varreu o mundo explicou-se tanto pela dimensão política internacional do estadista como pelo facto de a Suécia ser um exemplo de segurança. Hoje, passadas três décadas e meia, o cenário é bem diferente: os gangues estão cada vez mais ativos, o número de mortes por arma de fogo não para de subir e o medo anda pelas ruas dos bairros mais problemáticos das cidades suecas. A extrema-direita tem capitalizado politicamente a crescente insegurança.

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