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Sindicatos escrevem carta aos accionistas da Ryanair a criticar gestão da companhia

Na semana passada, estiveram em greve os pilotos das bases da Ryanair da Suécia, Irlanda, Holanda, Bélgica e Alemanha.

Sete sindicatos da aviação civil, entre eles o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, enviaram esta sexta-feira uma carta à administração da companhia aérea Ryanair criticando a utilização do "bullying como ferramenta de gestão".

Avião da companhia Ryanair
ryanair
Ryanair
Avião da Ryanair
Avião da companhia Ryanair
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Ryanair
Avião da Ryanair

"Os gestores da Ryanair continuam a utilizar obullyingcomo ferramenta de gestão, que pune os trabalhadores por estarem doentes, que emite cartas intimidatórias aos que exerceram o seu direito à greve, que ameaça com reduções de postos de trabalho nos países afectados e que insiste em perpetuar um modelo de negócio que todos nós consideramos obsoleto", lê-se na missiva assinada por sete sindicatos europeus.

A missiva é "uma última tentativa de encontrar uma solução pacífica para a actual situação na empresa, que, se gerida convenientemente, colocará um fim a uma série de conflitos e acções de greve que prejudicam os trabalhadores, os clientes e em último caso, a própria empresa".

A confiança, acrescentam, "será facilmente restabelecida quando os representantes legítimos dos trabalhadores vejam fortes indícios de que a companhia está a mudar", e por isso os sindicatos enviaram a missiva aos accionistas da Ryanair, e não à administração.

Dirigimo-nos a vós, os accionistas da empresa, porque desejamos o sucesso da Ryanair e queremos trabalhar juntos para construir um futuro risonho para todos; no entanto, será muito difícil conseguir fazê-lo até que os accionistas decidam implementar as mudanças necessárias ao modelo de negócio", dizem os sindicatos, concluindo: "2018 poderá ficar na história como o inicio de uma nova e sustentável Ryanair ou poderá ser o ano que, por algumas más decisões, causará danos irreversíveis a uma operação já fragilizada".

Os sindicatos europeus dos tripulantes de bordo da transportadora aérea vão reunir-se em 7 de Setembro, em Roma, estando confirmada a presença de representantes das organizações de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda e Irlanda.

A decisão de partir para a greve europeia foi tomada em 5 de Julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.

Os trabalhadores têm exigido que a transportadora irlandesa de baixo custo aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo, e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.

Em Portugal, os tripulantes tinham realizado uma greve no período da Páscoa.

Editorial

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Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres