O homem foi socorrido, ainda consciente, com queimaduras de segundo e terceiro graus pelo Corpo de Bombeiros, mas acabou por morrer. Antes de sucumbir aos ferimentos, afirmou não saber quem lhe ateou fogo.
Um homem de 39 anos, sem-abrigo, morreu após alegadamente um transeunte lhe ter ateado fogo enquanto dormia, na madrugada de domingo, numa rua do estado brasileiro de São Paulo, tendo ficado com 70% do corpo queimado.
Segundo vídeos de câmaras de vigilância a que a polícia teve acesso, e divulgados pela imprensa local, é possível ver uma pessoa vestida com roupas escuras a movimentar-se na área onde o sem-abrigo, identificado como Carlos Roberto Vieira da Silva, se encontrava a dormir.
Em seguida, há o que parece ser uma explosão e o suspeito foge a correr, enquanto o homem de 39 anos se levanta em chamas. Várias pessoas que passavam no local acorreram para apagar o fogo, segundos depois.
"Uma pessoa desconhecida, vestida de preto, estaria a mexer com fogo e aproximou-se então do local [onde o sem-abrigo dormia] e ocorreu uma explosão. Pelo que eu pude verificar nas imagens, a explosão foi realmente muito forte", disse o delegado responsável pelo caso, Daniel Sini de Almeida, citado pelo portal de notícias G1.
Próximo ao lugar do alegado crime foi encontrado um galão de combustível, que foi apreendido para investigação, segundo as autoridades.
O homem foi socorrido, ainda consciente, com queimaduras de segundo e terceiro graus durante a madrugada pelo Corpo de Bombeiros, mas acabou por morrer na segunda-feira.
Antes de sucumbir aos ferimentos, o homem afirmou à polícia não saber quem lhe ateou fogo porque dormia no momento no ataque.
A Polícia Civil procura agora o suposto autor do crime.
O meio político brasileiro reagiu à morte do sem-abrigo, classificando o presumível ato de fogo posto de "barbárie" e de sinal de "ódio e intolerância".
"Barbárie. Não há outro nome para isso. Morre o morador de rua queimado enquanto dormia em São Paulo", escreveu na rede social Twitter o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados brasileira, Paulo Pimenta.
"Carlos Roberto Vieira da Silva foi atacado enquanto dormia. O ódio e intolerância deixam mais uma vítima", disse por sua vez o também deputado do PT Nilto Tatto.
O ativista e ex-candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) às eleições presidenciais brasileiras de 2018, Guilherme Boulos, usou também o Twitter para comentar o caso e afirmar que "a indiferença mata".
"Carlos Silva morava na rua em São Paulo. Na madrugada de domingo um homem sentiu-se no direito de atear fogo nele enquanto dormia e matá-lo. A barbárie começa quando nos tornamos indiferentes à dor do outro, quando um sem-teto vira um estorvo na calçada. A indiferença mata", disse o ativista.
Sem-abrigo morre após ser queimado enquanto dormia no Brasil
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