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O branqueamento da ETA já se mostra às claras

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 25 de outubro de 2020 às 09:40

A estrutura morreu, mas o apoio público cresce: defesa de etarras como “presos políticos”, campanhas pela sua libertação, vandalização de sepulturas das vítimas e de sedes de partidos. O relato do passado é o novo campo de batalha.

Em junho último, um jovemyoutuberfoi conversar sobre política com um grupo de adolescentes bascos. Um dizia: "A ETA fez o que devia fazer." Outro acrescentava: "Os etarras fizeram o que tinham de fazer, se vierem para aqui, fico encantado. Apoio-os até à morte." O vídeo fez algum sucesso nas redes sociais. O caso foi só (mais) um pequeno sinal: a ETA morreu, mas uma certa ideia da ETA, que romantiza ou justifica o terrorismo que vitimou 853 pessoas, não terminou e está a mostrar-se mais. Em julho, a campa de Fernando Buesa Blanco, dirigente basco do PSOE assassinado pela ETA com um carro-bomba há 20 anos, amanheceu vandalizada, coberta de tinta vermelha. A fundação que tem o seu nome escreveu que "o discurso do ódio continua presente na nossa sociedade". A vandalização dos túmulos das vítimas foi de resto uma linguagem usada pela ETA no passado. E algo parece estar mesmo a mudar na abertura com que se elogia o grupo terrorista.

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