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Nagorno-Karabakh: Bombardeamento causa sete mortos no Azerbaijão

11 de outubro de 2020 às 09:40
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Estes bombardeamentos ocorreram apesar do cessar-fogo entre a Arménia e o Azerbaijão.

Sete pessoas morreram e 33 ficaram feridas em bombardeamentos contra a cidade de Gandja, no Azerbaijão, apesar do cessar-fogo que supostamente vigora desde sábado, indicou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros deste país, acusando forças arménias pelo ataque.

"Novo ataque com mísseis pelas forças arménias numa área residencial de Gandja, a segunda cidade do Azerbaijão. Sete mortos e 33 feridos", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros na sua conta no Twitter, publicando fotos dos bombardeamentos.

A acusação foi desmentida pelo Ministério da Defesa arménio no enclave de Nagorno-Karabakh, que negou ter bombardeado Gandja. "É uma absoluta mentira", referiu, garantindo estar a "respeitar o acordo de cessar-fogo humanitário" e acusando o Azerbaijão de ter atingido "Stepanakert, Hadrut, Martouni e outras zonas populosas".

Segundo a agência AFP, a cidade de Stepanakert, capital regional do Nagorno-Karabakh controlada pelos separatistas arménios, foi alvo de bombardeamentos esta noite.

Os jornalistas da AFP no local reportaram três a quatro ondas de bombardeamentos seguidos por uma dúzia de explosões.

Estes bombardeamentos ocorreram apesar do cessar-fogo entre a Arménia e o Azerbaijão que, teoricamente, entrou em vigor ao início da tarde de sábado e foi negociado através de uma mediação da Rússia após duas semanas de intensos combates pela região separatista do Nagorno-Karabakh.

No centro das deterioradas relações entre Erevan e Baku encontra-se a região do Nagorno-Karabakh, no Cáucaso do Sul, onde há interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, da Rússia, do Irão e de países ocidentais.

Este território, de maioria arménia cristã, integrado em 1921 no Azerbaijão muçulmano pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.

Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e EUA), constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

Em julho deste ano, os dois países e ex-repúblicas soviéticas envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.