O marido da infanta Cristina, Inaki Urdangarin, foi condenado a seis anos e três meses de prisão por tráfico de influência, fraude e desvio de dinheiros públicos. A infanta foi absolvida e vai mudar-se para Lisboa
No âmbito do caso Nóos, o marido da infanta Cristina, Inaki Urdangarin, foi condenado a seis anos e três meses de prisão por tráfico de influência, fraude e desvio de dinheiros públicos. Além disso terá que pagar uma multa de 512 mil euros. No mesmo processo, a infanta Cristina foi absolvida e terá de pagar uma multa de 265 mil euros por ter beneficiado dos crimes cometidos pelo marido, mesmo sem conhecer o crime do marido. Contudo, a infanta deverá mudar-se de Genebra para Lisboa, de modo a ficar mais perto do marido.
Segundo o jornal El Español, a decisão foi tomada por unanimidade pelos três juízes do tribunal. Foram conhecidas as sentenças de 17 suspeitos que estavam no banco dos réus, depois de começarem a ser julgados em Janeiro do ano passado num caso que envolve negócios feitos pelo Instituto Nóos, uma organização sem fins lucrativos, com sede em Palma de Maiorca, que Inaki Urdangarin, cunhado do rei Felipe VI, fundou e presidiu entre 2004 e 2006.
A decisão do juiz é conhecida 11 anos depois do início do caso, quando um deputado socialista pediu explicações pelos custos elevados de um fórum sobre turismo e desporto organizado por Iñaki Urdangarin para o Governo regional das Ilhas Baleares.
Urdangarin é acusado de ter utilizado as suas ligações à família real para ganhar concursos públicos para organizar, entre outros, eventos desportivos, tendo em seguida desviado fundos para a Aizoon, uma empresa que ele geria em conjunto com a infanta Cristina e utilizava para financiar o seu estilo de vida luxuoso.
O Ministério Público anticorrupção pediu em Junho de 2016 uma pena de prisão de 19 anos e meio e uma multa de 980.000 euros para Inaki Urdangarin e uma pena de prisão de 16,5 anos para o seu sócio, Diego Torres, que também é acusado de peculato. Agora, Diego Torres também foi condenado a 8 anos e 6 meses de prisão e ainda ao pagamento de uma multa de 1,7 milhões de euros.
Desde o início do caso, a acusação recusou a apresentação de uma queixa contra a infanta Cristina de Borbón, que juntamente com o marido também se suspeita que tenha utilizado a Aizoon para realizar despesas pessoais, incluindo obras numa mansão em Barcelona, o que permitiu reduzir lucros tributáveis da empresa. Entretanto, uma organização chamada "Mãos Limpas" levou a tribunal o caso da alegada evasão fiscal da princesa, visto que a lei espanhola permite que grupos privados possam iniciar este tipo de processos penais.
Durante o julgamento, a infanta negou ter conhecimento das actividades do marido. Este caso de corrupção que envolve a irmã do rei tem sido seguido com grande interesse em Espanha e no estrangeiro, tendo manchado a reputação da monarquia e contribuído para a abdicação do rei Juan Carlos, em Junho de 2014, a favor do filho.
Marido da infanta Cristina condenado a seis anos de prisão
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.