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Itália paga 17 mil milhões de euros para resgatar dois bancos

O Banca Popolare di Vincenza e o Veneto Banca estão à beira da falência

O governo de Itália aprovou este domingo, 25, um decreto para resgatar dois bancos italianos à beira da falência. Os recursos para salvar o Banca Popolare di Vincenza e o Veneto Banca podem chegar aos 17 mil milhões de euros, segundo informou o ministro da Economia e das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan. 

"O total dos recursos mobilizados poderá chegar aos 17 mil milhões de euros", informou Carlo Padoan, acrescentando que "a despesa imediata para o Estado italiano é de pouco mais de cinco mil milhões de euros". 

O ministro italiano explicou ainda que uma verba de 4,785 mil milhões de euros vai ser utilizada imediatamente para "manter a capitalização e fortalecer a situação patrimonial" do grupo bancário Intesa Sanpaolo, que vai assumir as actividades consideradas "saudáveis" do Banca Popolare di Vincenza e o Veneto Banca. O montante adicional de 400 milhões de euros também vai servir "como garantia de cobertura".

Os restantes cerca de 12 mil milhões de euros serão canalizados para a cobertura dos activos tóxicos das duas instituições bancárias que poderão nunca mais ser reembolsados, precisou o ministro italiano. "Este decreto permite estabilizar a economia da região de Veneto [norte] e salvaguardar a actividade económica dos bancos da região", que vão continuar a existir e a funcionar como parte integrante do grupo bancário Intesa Sanpaolo, acrescentou Padoan.

"Este resgate é a favor dos titulares de contas correntes, dos investidores [...], daqueles que trabalham nestes bancos, da economia deste país e, finalmente, da saúde do nosso sistema bancário", disse o chefe do governo italiano, Paolo Gentiloni.

No sábado, o Mecanismo Único de Resolução europeu determinou que se liquidasse estes dois bancos italianos, mas seguindo as regras italianas, e não as europeias.

Na véspera, o Banco Central Europeu (BCE) tinha afirmado que o Veneto Banca e o Banca Popolare di Vicenza eram inviáveis ou tinham probabilidade de sê-lo, "tendo em conta que os bancos tinham incumprido repetidamente os requisitos de capital", segundo uma nota da instituição liderada por Mario Draghi, responsável pela supervisão das entidades bancárias europeias, divulgada na sexta-feira.

Frankfurt disse ainda que tinha dado tempo aos dois bancos para apresentarem planos de capital, mas que estes tinham sido incapazes de oferecer "soluções credíveis" para o futuro.

O BCE informou depois o Mecanismo Único de Resolução desta situação que, por sua vez, concluiu que as entidades não cumpriam as condições para serem alvo de uma medida de resolução ao abrigo das regras europeias, determinando que deveriam ser liquidadas segundo as normas italianas.

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