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Zelensky propõe alargamento da trégua na Páscoa por mais 30 dias

Lusa 21 de abril de 2025 às 07:11

Presidente ucraniano acrescentou que, se não aceitar a extensão da pausa nas hostilidades e uma trégua nos ataques aéreos, a Rússia demonstrará mais uma vez que o seu objetivo é "prolongar a guerra".

O presidente ucraniano propôs ontem o alargamento da trégua na Páscoa, declarada pela Rússia e aceite por Kiev, a um cessar-fogo de ataques aéreos durante 30 dias, uma possibilidade para já descartada pelo Kremlin.

"A Ucrânia propõe a cessação de todos os ataques de drones e mísseis de longo alcance contra infraestruturas civis por um período de pelo menos 30 dias, com possibilidade de prorrogação", afirmou Volodymyr Zelensky nas redes sociais.

Na mensagem, o presidente ucraniano atualizou o balanço de Kiev a alegadas violações russas da trégua pascal, em vigor desde a tarde de sábado e até à meia-noite (22h00 em Lisboa) de ontem e indicou dois mil casos de uso de artilharia e drones de curto alcance por parte das forças de Moscovo.

No entanto, "não houve qualquer alerta de ataque aéreo", observou.

Nesse sentido, Volodymyr Zelensky acrescentou que, se não aceitar a extensão da pausa nas hostilidades e uma trégua nos ataques aéreos, a Rússia demonstrará mais uma vez que o seu objetivo é "prolongar a guerra".

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou ontem que não há qualquer ordem do presidente russo, Vladimir Putin, para prolongar a trégua de 30 horas em vigor no período da Páscoa Ortodoxa.

"Não houve qualquer outra ordem", disse Peskov em conferência de imprensa em resposta a uma pergunta sobre o alargamento do cessar-fogo, segundo a televisão pública russa RBC, citada pela agência de notícias Europa Press.

Numa mensagem anterior, divulgada na tarde de ontem, Volodymyr Zelensky reiterou disponibilidade para "caminhar em direção à paz e a um cessar-fogo total, incondicional e honesto que pode durar pelo menos 30 dias".

Além disso, observou que a situação na linha da frente mostra que "a pressão sobre Moscovo e a supervisão real das ações das forças de ocupação são necessárias" para que um cessar-fogo seja estabelecido.

Em oposição às acusações de violações da trégua pelas forças de Moscovo, o ministério da Defesa da Rússia relatou ontem de manhã tentativas mal sucedidas do Exército ucraniano de "atacar posições russas" nas zonas de Sukha Balka e Bagatyr, na região de Donetsk.

As autoridades russas indicaram ainda ações militares ucranianas contra as regiões fronteiriças russas de Bryansk, Kursk e Belgorod, nas quais "civis foram mortos ou feridos".

No total, Moscovo acusou Kiev de bombardear posições russas 444 vezes com artilharia e 900 vezes com drones durante a última noite.

A trégua pascal segue-se a declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira, sugerindo que, se não houver progressos nas negociações indiretas com Moscovo e Kiev numa "questão de dias", Washington poderá abandonar o processo de paz na Ucrânia.

Ukrainian Presidential Press Service/Handout via REUTERS
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