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Ucrânia vai investigar alegada vigilância de ex-embaixadora dos EUA

16 de janeiro de 2020 às 16:55

Câmara de Representantes revelou novos dados implicando um colaborador de Giuliani numa estratégia para denegrir publicamente a imagem da ex-embaixadora Yovanovitch, que implicava a sua vigilância.

As autoridades ucranianas anunciaram esta quinta-feira a abertura de uma investigação sobre uma possível vigilância ilegal da ex-embaixadora dos EUA em Kiev, que é testemunha-chave no processo de destituição do presidente Donald Trump.

Marie Yovanovitch, ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia, foi afastada do seu cargo pelo presidente em 2019, depois de ter revelado discordar da interferência deRudolph Giuliani, advogado pessoal deDonald Trump, na estratégia diplomática norte-americana naquele país.

Yovanovitch foi uma das testemunhas arroladas pelos democratas na Câmara de Representantes no inquérito para adestituição do presidente, em que Trump é acusado de ter pressionado o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para investigar a atividade da família deJoe Biden, eventual adversário político nas eleições presidenciais de novembro próximo, junto de uma empresa da Ucrânia.

Esta semana, no momento em que o processo de 'impeachment' transitou para o Senado, onde haverá um julgamento político de Trump, a Câmara de Representantes revelou novos dados implicando um colaborador de Giuliani numa estratégia para denegrir publicamente a imagem da ex-embaixadora Yovanovitch, que implicava a sua vigilância.

Hoje, o Governo ucraniano anunciou que vai investigar as suspeitas de que Yovanovitch pode ter estado a ser vigiada ilegalmente no final do seu mandato em Kiev.

"A polícia nacional iniciou uma investigação judicial por violação do sigilo de correspondência e de conversas telefónicas", anunciou o Ministério do Interior, dizendo ter fortes suspeitas de ter havido "invasão da vida privada" de Marie Yovanovitch.

O Governo anunciou também uma outra investigação judicial após revelações de ataques cibernéticos russos contra a empresa Burisma, que está no centro do processo de 'impeachment' de Trump, por ter sido a organização energética a que esteve ligado Hunter Biden, filho de Joe Biden, ex-vice-Presidente dos EUA e pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020.

Nesse sentido, o Governo russo disse ter pedido ajuda ao FBI, o organismo de investigação judicial norte-americano, e a uma empresa informática da Califórnia, especializada em luta contra a pirataria digital, para desenvolver as averiguações.

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