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Tribunal de Londres adia decisão sobre extradição de Julian Assange

Andreia Antunes 21 de fevereiro de 2024 às 19:38

Se o Tribunal de Londres rejeitar o recurso do fundador da WikiLeaks, este pode vir a ser extraditado para os Estados Unidos, onde pode vir a ser condenado a uma pena de 175 anos.

Terminou esta quarta-feira a audiência de extradição do fundador da WikiLeaks, Julian Assange. No entanto, o Tribunal Superior de Londres adiou a decisão sobre se permite que a defesa apresente um recurso para travar a extradição para os Estados Unidos.

Nesta audiência, a defesa norte-americana apresentou os argumentos para que o Supremo Tribunal não permita que o fundador da WikiLeaks recorra da sua extradição do Reino Unido para os Estados Unidos, tendo referido que o mesmo deve ser extraditado para enfrentar acusações de espionagem, uma vez que colocou vidas em risco.

Julian Assange não pode ser "tratado como um jornalista comum ou a WikiLeaks como uma editora comum", argumentaram os advogados.

Já os advogados do australiano mencionaram que o caso tinha motivações políticas, argumentando que o fundador era visado por ter denunciado "crimes de Estado".

O Tribunal de Londres, que começou na terça-feira, dia 20, a avaliar a possibilidade do fundador da WikiLeaks recorrer do pedido de extradição para os Estados Unidos, afirmou que precisa de mais tempo para tomar uma decisão, não se sabendo quando o veredicto vai ser conhecido.

A juíza Victoria Sharp afirmou que os juízes reservarão a sua decisão e contactarão as partes se necessitarem de informações adicionais, de acordo com a Aljazeera.

Se o Tribunal de Londres rejeitar o apelo do fundador da WikiLeaks, este pode vir a ser extraditado para os Estados Unidos, mesmo que a sua equipa jurídica recorra ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, pois existe a possibilidade de ser transferido antes que o tribunal o possa impedir.

Julian Assange, que não esteve presente nesta audiência, foi judicialmente acusado pela divulgação de cerca de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, a partir de 2010. Pode ser condenado a uma pena de prisão de 175 anos.

Foi detido pela polícia do Reino Unido em 2019, após estar exilado na embaixada do Equador em Londres de forma a evitar a extradição para a Suécia por acusações de crimes de agressão sexual. Desde então está preso na prisão de alta segurança em Belmarsh, no Reino Unido.

Em 2022, o governo britânico aprovou a sua extradição, mas Julian Assange recorreu.

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