Tomada de posse de Milei: "Não há alternativa ao choque. Não há dinheiro"
O libertário de extrema-direita que ganhou as elições de 19 de novembro tomou posse este domingo. Falou aos argentinos nas escadarias do Congresso, ao estilo norte-americano.
Javier Milei é a partir deste domingo o presidente da Argentina. No discurso, após a cerimónia de tomada de posse deixou já pistas do que podem esperar os argentinos: não há dinheiro, será preciso um choque fiscal e virá aí menos Estado.
Depois da tomada de posse, Milei veio para as escadarias do Congresso e, ao modo norte-americano, discursou aí aos argentinos. Na primeira fila sentou convidados como o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o rei espanhol, Felipe VI, ou o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Depois de um "olá a todos", o libertário de extrema-direita prometeu: "Hoje começamos a reconstrução do nosso país". Mergulhada numa profunda crise económica, a Argentina ainda enfrentará momentos difíceis, reconheceu o novo presidente. "Nenhum governo recebeu uma herança pior do que aquela que estamos a receber. Haverá um ajuste fiscal de cinco pontos do PIB que cairá sobre o setor público", começou por anunciar.
Colocou ainda como metas limpar o passivo do Banco Central, acabando com a emissão de moeda, prometendo assim acabar com a inflação. "Não há alternativa ao choque fiscal. Tão pouco vale a pena discutir entre choque ou gradualismo. Todos os programas gradualistas terminaram mal, enquanto todos os programas de choque - menos o de 1959 - foram bem-sucedidos. Se um país não tem reputação, os empresários não vão investir até verem um ajuste fiscal."
"Não há dinheiro. Não há alternativa ao choque fiscal. Terá um impacto negativo na atividade, no emprego, no número de pobres e indigentes. Haverá estagflação, mas não é muito diferente dos últimos 12 anos. Esta é a última má notícia que vos trago para começar a reconstrução da Argentina", prometeu.
Depois fazendo jus à sua agenda libertária garantiu que "a única saída para a pobreza é com mais liberdade". "Este novo contrato social propõe-nos um país diferente, no qual o Estado não conduz as nossas vidas. O que corta. não cobra."
O primeiro discurso de Milei à frente dos destinos dos argentinos acabou pedindo ajuda aos céus: "Que as forças do céu nos acompanhem neste desafio. Será difícil, mas vamos conseguir. Viva a liberdade, porra!".
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