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Supremo Tribunal do Bangladesh elimina quotas para empregos que originaram protestos

Débora Calheiros Lourenço 21 de julho de 2024 às 12:07

As manifestações, que começaram por ser pacíficas eclodiram em todo o país e tornaram-se extremamente violentas, já morreram 114 pessoas.

O Supremo Tribunal do Bangladesh eliminou as quotas no acesso aos empregos da administração pública depois de o país se ver envolvido em protestos violentos que levaram à morte de mais de cem pessoas.

REUTERS/Mohammad Ponir Hossain

De acordo com os meios de comunicação locais o Supremo Tribunal anulou uma decisão que tinha reintroduzido as quotas para todos os empregos do setor pública, reservando 30% das vagas para os familiares dos veteranos da guerra pela independência contra o Paquistão em 1971.

A decisão agora tomada estipula que 93% dos empregos vão passar a estar abertos a todos os candidatos, eleitos com base no mérito.

O retorno das quotas, que tinham sido eliminadas em 2018, deixou os estudantes universitários bastante descontentes por considerarem que esta era uma medida discriminatória e que beneficiava os membros do partido no poder, o Liga Awami, fundado por antigos combatentes pela independência.

As manifestações, que começaram por ser pacíficas eclodiram em todo o país e tornaram-se extremamente violentas após alegados grupos pró-governo terem atacado os manifestantes e a polícia ter usado balas de borracha e gás lacrimogéneo para dispersar os protestos.

Os conflitos violentos entre forças pró-governo e manifestantes fizeram milhares de feridos e mataram 114 pessoas, cinquenta apenas na sexta-feira.

O fim das quotas deverá acalmar os manifestantes no entanto os protestos não devem terminar uma vez que os manifestantes também têm feito críticas mais abrangentes à primeira-ministra, Sheikh Hasina, que ocupa o cargo desde 2009.

O principal grupo de estudantes responsável pelos protestos no Bangladesh já anunciou que vai manter o movimento: "Não vamos parar as nossas manifestações até que o Governo tome uma decisão que tenha em conta as nossas exigências", declarou à AFP um porta-voz da associação Estudantes contra a Discriminação, sob condição de anonimato.

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