Secções
Entrar

Serão necessários anos para eliminar Boko Haram

09 de maio de 2018 às 07:40

Apesar das vitórias militares que o enfraqueceram, o grupo jihadista demorará anos a ser "completamente eliminado".

O grupo ‘jihadista’ Boko Haram demorará anos a ser "completamente eliminado", apesar das vitórias militares que o enfraqueceram, defendeu esta quarta-feira o representante especial da ONU para a África Ocidental e o Sahel.

1 de 5
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

"O Boko Haram provou ser um grupo resistente. Penso que será preciso tempo para o eliminar totalmente", disse Mohamed Ibn Chambas, representante especial para a região do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Aquilo que estamos a ver é que o Boko Haram faz agora parte da rede internacional do terrorismo", prosseguiu Chambas, à margem de uma cimeira regional no Lago Chade em Maiduguri, capital do estado nigeriano de Borno, onde nasceu o grupo ‘jihadista’.

Os dirigentes dos quatro países em torno do lago (Nigéria, Níger, Chade e Camarões) estão reunidos para debater cooperação regional, estabilização, consolidação da paz e desenvolvimento durável.

Desde 2015 que os exércitos destes quatro Estados estão agrupados numa Força Multinacional Mista (FMM) para combater o Boko Haram.

Neste momento, o Governo e os militares nigerianos consideram que a guerra contra o Boko Haram terminou.

Em Dezembro de 2015, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, declarou que o Boko Haram estava "tecnicamente vencido" - uma afirmação posta em causa pelo facto de os ‘jihadistas’ continuarem a cometer atentados contra alvos militares e civis.

A 01 de maio, pelo menos 86 pessoas morreram em dois atentados-suicida contra uma mesquita e um mercado da cidade de Mubi, no estado de Adamawa.

Segundo o representante especial da ONU, "enquanto eles (os ‘jihadistas’) não forem totalmente vencidos, eles estarão evidentemente presentes em algumas zonas" e controlam provavelmente ainda alguns territórios dos estados de Yobe e Borno, no nordeste da Nigéria.

Chambas, que classificou o combate da FMM como "uma vitória assinalável", insta-o a "continuar vigilante".

"Não podemos considerar o sucesso como adquirido e pressupor que eles foram totalmente vencidos", observou.

Nos últimos nove anos, o grupo extremista islâmico fez mais de 20.000 mortos na região e expandiu-se do nordeste da Nigéria para o Níger, o Chade e os Camarões, criando uma grave crise humanitária.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela