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Rússia veta resolução para investigar uso de armas químicas na Síria

10 de abril de 2018 às 21:32

O governo de Putin votou contra uma proposta dos EUA nas Nações Unidas para determinar a responsabilidade pelos ataques químicos na Síria.

O governo de Vladimir Putin votou contra uma proposta dos EUA nas Nações Unidas para determinar a responsabilidade pelos ataques químicas no país de Bashar al-Assad, no sábado passado

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Foto: Getty Images
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Foto: Reuters

A Rússia vetou esta terça-feira uma resolução dos EUA no Conselho de Segurança da ONU, que se reuniu para criar um novo corpo de especialistas para determinar a responsabilidade pelos ataques com armas químicas na Síria.

Este é a décima segunda vez que a Rússia veta uma resolução da ONU sobre a Síria desde que o conflito armado teve início, em 2011.

O projeto de resolução era dos EUA e previa criar um mecanismo de investigação internacional sobre o recurso a armas químicas na Síria. Um "mecanismo de investigação independente das Nações Unidas" (UNIMI), com um mandato inicial de um ano, renovável.

Para além disso, o projeto americano inclui um pedido de condenação do regime de Bashar al-Assad na sequência do alegado ataque químico levado a cabo no passado sábado contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, que vitimou mais de 40 pessoas.

A Síria nega a autoria do atentado e a Rússia, o seu principal aliado, afirmou que os peritos que enviou ao local para analisarem as provas não encontraram "nenhum vestígio" de substâncias químicas.

O projeto recebeu 12 votos a favor, dois votos contra (Rússia e Bolívia) e uma abstenção (China).

Oitavo ano de guerra na Síria

A ONU deixou de ter um organismo de investigação para os ataques químicos na Síria depois de, em finais de 2017, uma série de vetos da Rússia ter impedido a renovação do mandato do JIM (Joint Investigation Mechanism, mecanismo de investigação conjunta), um grupo que juntava peritos da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

A Síria, que entrou no oitavo ano de guerra, vive um drama humanitário perante um conflito que já fez pelo menos 511 mil mortos, incluindo 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

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