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Residentes do norte de Gaza sobrevivem à base de ração animal e arroz

Débora Calheiros Lourenço 10 de fevereiro de 2024 às 12:55

A agência militar israelita garantiu que não limita a quantidade de ajuda humanitária que dá entrada no enclave e afirmou: "Não existe fome em Gaza. Ponto final".

A ONU alertou que a desnutrição aguda entre as crianças no norte de Gaza aumentou, ultrapassado o limiar crítico de 15%. Enquanto mais de metade das missões de ajuda no norte de Gaza viram o seu acesso às populações negado pelas forças israelitas durante o mês de janeiro, contrastando com os 14% entre outubro e dezembro.

REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários os militares israelitas têm "exigido justificações" para as quantidades de combustível destinado às instalações de saúde e "impuseram reduções no volume de assistência, tal como nas quantidades de alimentos".

Os palestinianos que se mantiveram no norte da Faixa de Gaza estão a sobreviver com base em ração animal transformada em farinha depois de as crianças terem ficado sem comida durante vários dias. Estas informações são avançadas pelaBBCnuma altura em que cada vez menos comboios de ajuda humanitária têm autorização para entrar no enclave.

Os moradores descreveram que mesmo as rações estão a acabar e que atualmente a população tem de escavar o solo até encontrar um acesso a água para a sua higiene e para beber.

Neste momento é estimado que cerca de 300 mil pessoas ainda se encontrem nas regiões mais a norte, em grande parte privadas de assistência, pelo que um terço da população já enfrenta uma falta "catastrófica" de alimentos, avança a ONU relembrando que as restrições de acesso tornam difíceis dar números reais.

O Programa Alimentar Mundial afirmou esta semana que quatro dos seus últimos cinco comboios de ajuda enviados para o norte foram detidos pelas forças israelitas, o que significa que há duas semanas que não conseguem enviar ajuda para a Faixa de Gaza.

A ONU afirma ainda que os militares israelitas têm aumentado a sua interferência na decisão dos locais onde a ajuda internacional é entregue apesar de um porta-voz da agência militar israelita deu uma conferência de imprensa no mês passado na qual garantiu que não limita a quantidade de ajuda humanitária que dá entrada no enclave e afirmou: "Não existe fome em Gaza. Ponto final".

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