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Republicanos abrem inquérito para destituir Biden

Débora Calheiros Lourenço 12 de setembro de 2023 às 18:34

Os democratas já classificaram este inquérito como um esforço para desviar a atenção dos problemas jurídicos de Donald Trump.

Kevin McCarthy, presidente republicano da Câmara dos Deputados, pediu esta terça-feira que seja iniciado um inquérito de destituição ao presidente norte-americano Joe Biden devido aos empreendimentos comerciais possuídos pela sua família enquanto era vice-presidente de Obama.

REUTERS/Leah Millis

Esta é uma medida que promete dividir ainda mais os legisladores da Câmara, especialmente uma vez que durante o mandado de Donald Trump, e quando os democratas controlavam a Câmara dos Deputados, foram iniciados dois inquéritos de destituição, em 2019 e 2021, que deixaram os republicanos muito insatisfeitos apesar de Trump ter sido absolvido pelo Senado.

Agora os republicanos, que controlam a Câmara com uma pequena maioria, acusam Joe Biden de usufruir de lucros provenientes dos empreendimentos comerciais no estrangeiro em nome do seu filho Hunter Biden entre 2009 e 2017, quando era vice-presidente de Barak Obama, apesar de não terem apresentado provas, e acreditam que a família de Biden teve acesso a benefícios fiscais e a proteção por parte da administração.

A polémica teve origem numa transcrição conhecida no final do mês passado em que um ex-parceiro de negócios do filho de Joe Biden refere Hunter "vendia a ilusão" de que tinha acesso ao poder do pai.

Na declaração desta terça-feira McCarthy avançou com a abertura de um "inquérito formal de destituição" e referiu que os legisladores de vários comités vão agora começar a reunir evidências de alegada má conduta financeira. "Trata-se de alegações de abuso de poder, obstrução e corrupção. Justificam uma investigação mais aprofundada por parte da câmara dos Representantes", referiu ainda.

Já a Casa Branca defende que não existe qualquer base para uma investigação enquanto acompanha a teoria democrata de que este inquérito não passa de um esforço para desviar a atenção dos eleitores dos problemas jurídicos de Donald Trump, uma vez que os dois se devem defrontar nas eleições presidenciais de 2024.

A Constituição dos Estados Unidos autoriza o Congresso a acusar funcionários federais, incluindo o presidente, por traição, suborno ou "outros crimes graves". Assim sendo o presidente pode ser destituído se a Câmara aprovar o inquérito de destituição por maioria simples e pelo menos dois terços do Senado concordar após o julgamento que também ocorre no Senado. Pelo que é difícil que este inquérito tenha sucesso, mesmo que a Câmara vote a favor o Senado, controlado pelos Democratas, deverá chumbar o inquérito de destituição.

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